Os principais partidos do governo e da oposição definiram suas indicações para a comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) dos atos golpistas. Apostando em quadros com experiência em situações de confronto no Legislativo, os dois lados escalaram suas tropas de choque, formadas em grande parte por veteranos da antiga CPI da Covid. Senadores que ganharam destaque no antigo colegiado tendem a retomar seu protagonismo na nova comissão.
Tropa de choque é o nome popularmente atribuído aos grupos de parlamentares que adotam posturas de enfrentamento em comissões, buscando garantir a ocupação de espaço para suas respectivas bancadas. São deputados e senadores que assumem a linha de frente de seus blocos parlamentares durante os debates, de modo a pressionar outros congressistas e mesmo a opinião pública em favor da linha que defendem para o andamento dos trabalhos.
No bloco governista do Senado, está Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional e antigo vice-presidente da CPI da Covid. Ele entra como suplente de Fabiano Contarato (PT-ES), líder do PT no Senado. Os dois atuaram em parceria no antigo colegiado e ganharam popularidade por assumirem uma postura de enfrentamento ao governo de Jair Bolsonaro.
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Entre os indicados pela Câmara, um dos principais quadros da base governista será o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), líder do governo na Comissão de Segurança Pública, que entra como suplente de Erika Hilton (Psol-SP). Ao seu lado, estará Jandira Feghali (PCdoB-RJ), antiga aliada de /Lula/ e uma das deputadas mais experientes da federação PT-PCdoB-PV.
A oposição também conta com figuras escolhidas com base na experiência da CPI da Covid. Dois membros da antiga tropa de choque bolsonarista entram na lista de indicados pelo Senado: Eduardo Girão (Novo-CE) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS). O bloco também contará com outros opositores ferrenhos ao governo Lula: Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e /Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).
A bancada oposicionista na Câmara será majoritariamente formada por bolsonaristas radicais: André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento de criação da CPMI, Delegado Ramagem (PL-RJ), /Nikolas Ferreira (PL-MG) e /Filipe Barros (PL-PR), todos eleitos a partir do discurso de apoio ao ex-presidente. Também participará da comissão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indicado para suplente.
Outros parlamentares podem acabar se juntando às tropas de choque. Assim como nas demais comissões, uma CPI (que funciona em apenas uma das casas legislativas) ou uma CPMI (que reúne deputados e senadores) pode receber em seus debates congressistas que não integram os seus quadros. Porém, não contam com poder decisório, podendo apenas dirigir perguntas aos depoentes e apresentar seus argumentos em meio às discussões.
Confira a lista de parlamentares confirmados até o momento para a CPMI dos Atos Golpistas
Bloco PL e oposição no Senado
Titulares:
Damares Alves (Republicanos-DF)
Eduardo Girão (Novo-CE)
Esperidião Amin (PP-SC)
Magno Malta (PL-ES)
Suplentes:
Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG)
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Jorge Seif (PL-SC)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Bloco PT e governo no Senado
Titulares:
Fabiano Contarato (PT-ES)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Suplentes:
Augusta Brito (PT-CE)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Bloco PL e oposição na Câmara
Titulares:
André Fernandes (PL-CE)
Delegado Ramagem (PL-RJ)
Filipe Barros (PL-PR)
Suplentes:
Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
Marco Feliciano (PL-SP)
Nikolas Ferreira (PL-MG)
Bloco do PT e governo na Câmara
Titulares:
Rogério Correia (PT-MG)
Rubens Pereira Jr (PT-MA)
Erika Hilton (Psol-SP)
Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
Suplentes:
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Carlos Veras (PT-PE)
Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)
Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ)
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