A CPI da Covid tem prevista para esta semana a primeira acareação e a expectativa é de que fiquem, frente a frente, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou o esquema de irregularidade dentro da pasta da Saúde ao colegiado, e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, que desmentiu o depoimento de Miranda com supostos documentos falsos. O embate está marcado para a quarta (18), mas esta e as demais agendas seguem pendentes de confirmação.
O pedido de acareação foi motivado por informações obtidas mediante a análise de materiais presentes nas quebras de sigilo solicitadas pela CPI. “É necessário que a CPI proceda à acareação entre ambos a fim de chegar à verdade dos fatos e encaminhar a responsabilização dos agentes culpados pelas mais de 565 mil mortes pela pandemia da covid-19 no país”, diz o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Paralelo a isso, a CPI da Covid continua investigando as irregularidades no contrato de compras de vacinas firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde. Na quinta (17) os senadores pretendem ouvir Francisco Maximiano, dono da Precisa. A empresa intermediou a negociação do imunizante indiano Covaxin. O depoimento do empresário foi desmarcado por duas vezes e em ambas, o motivo foi o mesmo. Maximiano alegou que precisava cumprir quarentena após retornar de viagem à Índia.
O ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, investigado na Justiça Federal no âmbito da operação Falso Negativo, que tem a Precisa envolvida na compra superfaturada de testes rápidos em Brasília, também está na lista dos depoentes desta semana. Francisco, porém, está em Manaus, até o dia 22, com autorização judicial para visitar os filhos. Mesmo assim, o depoimento dele segue agendado para a terça-feira (17).
Como plano B os senadores devem ouvir o servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) acusado de produzir um relatório com o número de mortos na pandemia abaixo do divulgado pelo Ministério da Saúde em 2020, Alexandre Costa Silva Marques. Este relatório foi mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro em eventos públicos enquanto afirmava que os estados estariam aumentando o número de mortos anunciados para garantir o repasse de recursos federais.
Alexandre responde a um processo administrativo disciplinar. De acordo com o jornal O Globo, o servidor do TCU disse em depoimento que o relatório foi alterado no Palácio do Planalto.
O servidor é filho do coronel da reserva Ricardo Silva Marques, colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Ricardo foi indicado pelo presidente a uma diretoria na Petrobras. Alexandre disse que enviou o relatório ao pai, via WhatsApp, que teria sido repassado a Bolsonaro.
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