O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, nesta terça-feira (24) duas representações movidas pela bancada do Psol: contra o deputado Zucco (Republicanos-RS), por quebra de decoro na condução da extinta CPI do MST, da qual foi presidente, e contra Abilio Brunini (PL-MT), acusado de transfobia contra a deputada Erika Hilton (Psol-RJ) durante reunião da CPMI dos atos golpistas.
No caso de Zucco, a bancada do Psol o acusa de ter utilizado sua autoridade como presidente da CPI do MST para deliberadamente calar as mulheres com posição contrária à cúpula da comissão, cortando-lhes o som do microfone mesmo quando estas ainda contavam com tempo regimental de fala disponível. De acordo com a sigla, o parlamentar estaria praticando atos de misoginia e, ao mesmo tempo, violando garantias estabelecidas no regimento interno.
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Para o relator do processo, João Leão (PP-BA), não houve abuso regimental na condução de Zucco. “Ainda que se possa discordar da atuação do representado ou da forma como foram exercidas as suas prerrogativas de presidente da Comissão, não há como chegar a outra conclusão, se não a de que não houve, no caso, ofensa ao decoro parlamentar”, defendeu em seu voto.
O caso envolvendo Abilio Brunini já se deu em um momento mais específico. Ele é acusado por membros da CPMI de, durante um discurso da deputada Erika Hilton, ter dito fora dos microfones que ela estaria “oferecendo serviços” ao investigado, cogitando que ela estaria tentando se prostituir. Na ocasião, parlamentares que estavam sentados próximos afirmaram ter escutado sua fala, e o presidente Arthur Oliveira Maia (União-BA) determinou que o caso fosse investigado pela Polícia Legislativa.
Mário Heringer (PDT-MG), relator do caso, afirmou se solidarizar pela deputada, relembrando que ele próprio possui amizade com Duda Salabert (PDT-MG), outra deputada trans de sua bancada e de seu estado. Por outro lado, avaliou que no aspecto técnico “a representação é muito ruim, é mal feita quando ela não cita o fato específico”. Ele também afirmou não ter recebido provas suficientes para justificar uma condenação.
Pessoalmente, ele disse não duvidar da possibilidade do comentário de fato ter acontecido tendo em vista “o passado e as histórias que o Brunini já tem aí”, levando em consideração sua reputação de “provocador, intransigente”. Ainda assim, ele deveria atuar de forma “muito mais técnica do que sentimental” no Conselho de Ética.
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