A floresta Amazônica é conhecida como o pulmão do mundo, mas as ações de preservação deste bioma tão importante para a população precisa, de igual forma, de mobilização de todos os setores para que tenham maior impacto. E essa tem sido uma agenda defendida pelo governo do presidente Lula e por diversas entidades da organização civil. No Congresso Nacional, contudo, as pautas que dizem respeito à justiça climática ainda avançam a passos lentos.
Mas, afinal, o que está por trás da dificuldade de mobilização junto aos parlamentares? Na análise de especialistas ouvidos pelo Congresso em Foco, o descompasso reflete a força dos interesses econômicos no Legislativo, que muitas vezes se impõem de maneira avassaladora sobre discussões como clima e sustentabilidade. Setores como mineração e agronegócio dominam a pauta no Parlamento, conseguindo muitas vezes fazer prevalecer suas próprias agendas.
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Na nova legislatura, esse fenômeno se agrava com a nova formação do Congresso Nacional. Partidos de centro-esquerda, como PSB e PDT, e de centro, como PSDB e Cidadania, campos onde se concentram a maior parte dos parlamentares ligados à pauta ambiental, sofreram bruscas quedas no tamanho de suas bancadas na Câmara dos Deputados com as eleições de 2022.
Algumas das lideranças de destaque na bancada ambientalista, como Rodrigo Agostinho e Joênia Wapichana, não se reelegeram, exigindo também uma reformulação na própria cúpula da frente parlamentar, atualmente coordenada por Nilto Tatto (PT-SP). Para se adaptar ao novo contexto, o bloco precisou reformular suas estratégias, pulverizando sua atuação. Ainda assim, a nova abordagem possui limitações no enfrentamento a projetos que possam abalar a preservação dos biomas brasileiros.
Em uma ampla videorreportagem produzida pelo Congresso em Foco, a partir do edital Bolsas de Reportagem Justiça Climática – AJOR e ICS: Justiça Climática e o Enfrentamento do Racismo Ambiental no Brasil, o repórter Lucas Neiva mostra os motivos que levam a pauta ambiental a caminhar de forma lenta no Brasil (assista ao vídeo acima).
A crescente tendência entre parlamentares de priorizar pautas de suas bases eleitorais em vez de demandas globais é apontada como um dos obstáculos que comprometem a discussão sobre temas ambientais no Congresso Nacional. Sem uma união de forças, as decisões do Parlamento ainda estão longe de alcançar a justiça climática tão necessária no mundo.
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