A manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) contou com o apoio de 46 parlamentares que se colocam como pré-candidatos para chefiar prefeituras no Brasil. Já outros 21 deputados pré-candidatos escolheram votar para tirar da cadeia o suspeito de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco (Psol).
Levantamento do Congresso em Foco indica que há 78 deputados pré-candidatos para o cargo de prefeito até o momento. Além dos 21 que declararam apoio direto a Brazão, outros quatro escolheram se abster de votar sobre o tema. Sete não compareceram na votação ou escolheram não votar mesmo estando no plenário.
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Confira a lista de votação de pré-candidatos sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão. Usuários de aparelho móvel podem precisar arrastar a tela para a lateral para conferir o voto:
Entre os 21 que votaram pela soltura de Brazão estão dois possíveis candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro: os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ). O Partido Liberal (PL) orientou toda a sua bancada a votar como Ramagem, ou seja, para revogar a prisão do deputado. Já o bloco do qual o MDB faz parte liberou a sua bancada para votar de acordo com o que cada parlamentar desejava.
Como é deputado federal, Brazão só poderia permanecer preso se os seus pares decidissem nesse sentido. A prisão de Chiquinho Brazão foi mantida graças ao apoio de 277 deputados – apenas 20 a mais que o exigido. Dessa forma, deputados que não votaram e se abstiveram poderiam ter facilitado que o colega fosse solto pela votação não chegar ao número necessário de votos.
As prisões dos irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, suspeitos de terem mandado matar a vereadora carioca Marielle Franco em 2018, foram realizadas pela Polícia Federal em 24 de março.
As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e mantidas pela primeira turma do STF, com base na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa. Ronnie e Elcio Queiroz, outro ex-PM, estão presos desde 2018, como executores do crime.
Uma das linhas de investigação, deflagrada pela delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, é de que o crime tenha sido motivado pela expansão territorial da milícia no Rio.
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