Em 2019, a Câmara dos Deputados aprovou 123 propostas no Plenário; e 222 projetos em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Os números são da Secretaria-Geral da Mesa.
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Em Plenário, foram aprovadas 25 medidas provisórias (MP); 54 projetos de lei; 22 projetos de decreto legislativo; 12 projetos de resolução; 4 projetos de lei complementar; e 6 propostas de emenda à Constituição (PECs). A CCJ aprovou conclusivamente 222 projetos de lei, que foram remetidos ao Senado Federal ou seguiram para sanção presidencial.
Entre as matérias aprovadas neste ano estão a reforma da Previdência (PEC 6/19), que estabelece idade mínima para aposentadoria e altera o cálculo dos benefícios.
Com a promulgação da reforma, as novas alíquotas de contribuição passam a valer sobre os salários de março de 2020. A incidência da contribuição será por faixas de renda e, portanto, será necessário calcular caso a caso para ver quem vai pagar mais ou menos. Já existe uma calculadora de contribuição na página da Previdência Social na internet.
Por exemplo, quem ganha R$ 2.800,00 paga hoje 9% ou R$ 252,00. Com a tributação por faixas, a alíquota efetiva será de 9,32% e a contribuição sobe para R$ 261,03. Já quem ganha R$ 1.800,00 terá redução da contribuição de R$ 162,00 para R$ 147,03. Na prática, a tabela da reforma não deverá entrar em vigor com esses valores porque a tabela do INSS é reajustada pela inflação todo início de ano.
O pacote anticrime (PL 10372/18), que também foi aprovado, faz diversas mudanças na legislação penal, como aumento de 30 para 40 anos do tempo máximo de pena cumprida e exigências mais rígidas para a liberdade condicional.
Um dos pontos mais polêmicos do pacote é a figura do juiz de garantias. Pelo novo modelo, dois juízes atuarão em fases distintas do processo.
O marco legal do saneamento básico foi outro projeto aprovado pela Câmara. Para governistas e Centrão, o projeto pode vir a cooperar para resolver o baixo índice de saneamento básico do país. Para oposição, o projeto, ao abrir o caminho para privatização do setor, mercantiliza o acesso à água no Brasil.
Publicada já no primeiro dia de mandato, a MP 870/2019, reorganizou os órgãos federais e foi aprovada pelo Congresso com algumas ressalvas mantendo, ao contrário do que o governo desejava, a Fundação Nacional do Índio (Funai) no Ministério da Justiça, por exemplo.
Protagonismo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um balanço positivo da agenda da Casa neste ano. Além da reforma da Previdência, ele destacou a aprovação do novo marco legal do saneamento básico, que facilita a privatização de estatais do setor e prorroga o prazo para o fim dos lixões, e do orçamento impositivo, que segundo Maia, será um instrumento de fortalecimento e independência do Legislativo. “Foi um ano de mudança, que nos deu a oportunidade de fortalecer o papel do Parlamento, do orçamento público com o orçamento impositivo”, disse.
*Com informações da Agência Câmara
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