O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) deve comparecer à Polícia Federal (PF) pela quarta vez nesta quarta-feira (12) para prestar depoimento sobre o que seria um plano de golpe de estado envolvendo ele próprio, o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o senador afastado, Marcos do Val (Podemos-ES).
Em 1º de fevereiro, uma quarta-feira, Marcos do Val participou de uma live com integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) em que disse: “Ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. E vocês esperem: Vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa do Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. Lógico que eu denunciei”. A informação causou alvoroço na mídia e no dia seguinte houve desdobramentos.
Marcos do Val afirmou à revista, em entrevista publicada no dia 2 de fevereiro, que participou de uma reunião com o ex-presidente e o ex-deputado Daniel Silveira em 9 de dezembro do ano passado.
O plano consistia, segundo do Val, a pedido inicialmente de Bolsonaro, em gravar conversas com o ministro Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo era obter flagrantes ou algo que incriminasse o ministro para anular as eleições, uma vez que a gestão Bolsonaro buscava minar o processo eleitoral nacional.
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O senador anunciou que renunciaria, mas não cumpriu a proposta.
Marcos do Val presta depoimento à PF sobre a reunião com Bolsonaro e Silveira no dia 3 de fevereiro. O depoimento durou cerca de quatro horas e o senador mudou a versão inicial. Atribuiu ao então deputado Daniel Silveira o plano de gravar o ministro Alexandre de Moraes. Entretanto, o senador afirmou que Bolsonaro em nenhum momento se opôs ao plano.
No depoimento, do Val se complicou ao não lembrar o local da reunião, ora teria sido no Palácio do Jaburu, ora no Palácio da Alvorada ou no Palácio do Planalto. Em junho, o senador foi alvo de uma operação de busca e apreensão da PF após divulgar informações confidenciais de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em suas redes sociais no dia 12 de junho.
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