O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se emocionou ao fazer na noite desta segunda-feira (1º) seu último discurso no comando da Casa. Antes de iniciar a votação que elegerá seu sucessor, Maia chorou ao relembrar os quatro anos e sete meses que passou no cargo.
Em tom apaziguador, afirmou que apesar da eleição desta noite, o passado ficará para trás, e que é preciso união para construir o futuro do país. “As brigas passaram, vamos eleger um novo presidente”, afirmou.
Maia disse que na disputa pelo comando da Casa chegou a ter “mais atrito” especialmente com o candidato Arthur Lira (PP-AL), mas disse não ter tido a intenção. Pediu desculpas a quem tenha se sentido ofendido.
O demista disse que, como presidente da Câmara, pôde conhecer mais o país, dialogando com os parlamentares e também viajando pelo Brasil. Maia relatou que 2020, “o ano da pandemia”, foi o mais desafiador de seu mandato e ressaltou os esforços para a aprovação da chamada “PEC do Orçamento de Guerra”.
A proposta de emenda à Constituição permitiu que a União extrapolasse as metas fiscais previstas para 2020 por conta dos gastos com o combate à crise sanitária. O texto, lembrou, reuniu o apoio de todos os partidos, “de PSL ao Psol”.
No discurso, Maia afirmou que o Estado brasileiro não é um distribuidor de renda, mas um concentrador, aprofundando as injustiças desigualdades sociais. “O governo federal, nos seus Três Poderes, é injusto porque concentra a elite no serviço público”, disse.
O deputado defendeu ser preciso enfrentar as desigualdades entre os sistemas público e privado de saúde e ensino. “Que a vida em uma UTI pública tenha a mesma chance de ser salva do que numa UTI privada”, disse, citado que 70% das pessoas internadas com covid-19 em UTIs particulares sobrevivem, contra 35% em hospitais públicos. Ao fim do discurso, os parlamentares fizeram uma salva de palmas.
Assista ao discurso de Maia:
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