A disputa pelas prefeituras pode tirar ao menos 60 deputados dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional. A Câmara conta com congressistas de 17 partidos como pré-candidatos para as eleições de 2024, segundo levantamento do Congresso em Foco.
As pré-candidaturas se concentram principalmente no Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, e no Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. São 12 deputados petistas que já articulam para serem candidatos às prefeituras brasileiras. Entre os integrantes do PL, o número chega a 15.
No total, são 61 congressistas pré-candidatos, com 60 deputados e um senador, Eduardo Girão (Novo-CE):
Pré-candidaturas, como o nome indica, ainda não foram oficializadas e podem ser alteradas por articulação interna dos partidos ou ainda por alianças com outras siglas. Uma dessas movimentações é a janela partidária, período em que deputados podem mudar de legenda sem correrem o risco de perder o mandato, que pode possibilitar a candidatura de outros nomes. A janela começa em 7 de março e vai até 5 de abril. Assim, há possibilidade de o número de congressistas que realmente sairá como candidato aumentar ou diminuir até 9 de maio.
Um exemplo disso é o deputado e ex-ministro Ricardo Salles (PL). Ele se coloca como pré-candidato para a prefeitura de São Paulo. No entanto, o PL está dividido sobre a cidade.
Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, defende apoiar a tentativa de reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista. A expectativa é o PL indicar uma pessoa para ser vice com Nunes. Há bolsonaristas, porém, que defendem que a cabeça de chapa fique com alguém do próprio partido, sendo Ricardo Salles o principal nome especulado.
Seja qual for a solução do PL, o partido quer ter um representante na principal capital brasileira para ir contra outro deputado que deve ser candidato em 2024: Guilherme Boulos (Psol). O atual congressista tentará mais uma vez ser eleito em São Paulo. Sua vice deve ser a ex-prefeita Marta Suplicy, que retornará ao PT. O grupo político de Bolsonaro não quer entregar a cidade para aliados de Lula.
O embate entre PT e PL deve se repetir em outras cidades brasileiras. Para o PT, a disputa pelas prefeituras será uma oportunidade para "organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a correlação de forças políticas e mudar o Brasil", segundo resolução do Diretório Nacional do partido em 2023.
Já o PL tem como objetivo conquistar mais de 1.500 prefeituras. Segundo Valdemar, essa marca será atingida defendendo valores conservadores e mantendo a oposição ao PT, sem "a menor possibilidade de o Partido Liberal formar qualquer tipo de coligação ou acordo" com os petistas, segundo já divulgou em seu perfil nas redes sociais.
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