O novo mandato de Lula (PT) na Presidência da República não serviu para aumentar a lista de filiados ao Partido dos Trabalhadores até o momento. Um dos fundadores e nome de maior destaque do partido, Lula assumiu o comando do governo federal pela terceira vez em 2023. Mas, no ano, o PT aumentou o seu número de filiados em somente 0,8%.
Ainda assim, a sigla de esquerda é a segunda maior do Brasil. Saiu de 1,60 milhão de filiados em janeiro para 1,62 milhão em novembro de 2023, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizados até 21 de dezembro.
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O crescimento pequeno foi uma fuga positiva do padrão dos partidos com mais de um milhão de filiados. Todos os outros nesta categoria tiveram quedas, ainda que tímidas. A exceção é o PRD (Partido Renovação Democrática), que foi criado em novembro de 2023, com a fusão do Patriota e o PTB.
Por outro lado, o PL de Jair Bolsonaro cresceu 6% no primeiro ano do novo governo Lula. Saiu de 761 mil em janeiro para 807 mil em novembro. O partido comandado por Valdemar Costa Neto é de franca oposição à gestão petista, principalmente no Congresso.
Tanto PT quanto PL devem ser adversários diretos nas eleições municipais de 2024. O enfrentamento com a direita foi explicitado na resolução do Diretório Nacional do PT em 2023, segundo nota divulgada no início de dezembro.
"É nossa tarefa participar ativamente das eleições municipais de 2024, fazendo o embate contra a extrema-direita, para reeleger e aumentar as prefeituras em que estamos hoje, além de ampliar expressivamente nossa base de vereadores e vereadoras, incentivando a participação de mulheres, negros, jovens e LGBTQI+", diz o texto do partido comandado por Gleisi Hoffmann (PR).
Para o PT, a disputa pelas prefeituras e pelas vagas de vereadores será uma oportunidade para "organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a correlação de forças políticas e mudar o Brasil"
Já o PL tem como objetivo conquistar mais de 1.500 prefeituras. Segundo Costa Neto, essa marca será atingida defendendo valores conservadores e mantendo a oposição ao PT, sem "a menor possibilidade de o Partido Liberal formar qualquer tipo de coligação ou acordo" com os petistas, segundo já divulgou em seu perfil nas redes sociais.
"Somos a legenda que mais cresce no Brasil, e com a força dos nossos parlamentares e de Bolsonaro, iremos fazer mais de 1500 prefeitos nas próximas eleições", afirmou o presidente do PL em junho de 2023.
Perfil do filiado petista
A maior parte dos filiados petistas fazem parte da base da sigla há mais de 10 anos. São 81,4% dos filiados, segundo o TSE. Nos últimos cinco anos, o PT conseguiu filiar pouco mais de 200 mil pessoas.
A maior parte dos filiados que moram no Brasil são da região sudeste, com 677,6 mil pessoas como integrantes do PT. A segunda região com mais petistas é um reduto importante da sigla: o Nordeste. Os nordestinos somam 401,8 mil filiados, segundo os dados até novembro.
Entre os filiados que vivem no Brasil, a maior parte da militância petista é masculina, concentrando 53,1% dos filiados. As mulheres são 46,7%, enquanto o restante não informou o gênero ao TSE.
No exterior, essa tendência se inverte. A maioria das filiadas se identificam com o gênero feminino: são 56,4%. Já os homens chegam a 43,52%. O PT conta com 2.075 pessoas filiadas que não moram no Brasil.
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