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Não havia o nome de um parlamentar sequer entre as 12 mil páginas de documentos encaminhados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à CPI dos Correios na quarta-feira. Os papéis, que também foram encaminhados à Polícia Federal, frustraram as expectativas dos integrantes da comissão. Os integrantes da CPI esperavam nomes de parlamentares que teriam sacado recursos das contas do empresário Marcos Valério. Havia suspeitas de que a lista de parlamentares autorizados a receber dinheiro das contas de Valério ultrapassaria 120 nomes e incluiria também políticos de fora da base aliada. A investigação em curso no Supremo deverá ser concluída em 15 dias. O inquérito corre sob sigilo. A lista só encontrou com nomes já divulgados pela imprensa. Segundo a Folha online, fazem parte da listas os nomes de Paulino Alves Ribeiro Júnior, um dos diretores da agência DNA; de Marcos Castilho Santos, sócio do Marcos Valério na agência DNA e de Luiz Eduardo Ferreira da Silva, contínuo do Banco do Brasil, que teria sacado dinheiro da conta da agência DNA no banco Rural a pedido do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Publicidade
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Também constam na lista Zilmar Fernandes Silveira, sócia do publicitário Duda Mendonça, e Robson Ferreira Pego, gerente financeiro da filial da DNA em Brasília. Na terça-feira, um levantamento feito por técnicos da CPI mostrou que documentos referentes aos saques feitos das contas de Valério no Banco Rural no total de R$ 11,8 milhões foram adulterados antes de chegarem ao Congresso Nacional. Os integrantes da comissão desconfiam que foram arrancados da documentação encaminhada à CPI os papéis que apontariam os nomes dos reais beneficiários dos saques. PublicidadeSegundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que teve acesso aos documentos, os papéis apresentam marca de grampos. Portanto, teriam sido retirados dos documentos apresentados. “A identificação do sacador teria sido arrancada. Está absolutamente claro que houve manipulação das informações do Banco Rural”, afirmou o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). De acordo com o Banco Rural, todas as informações solicitadas pela comissão foram enviadas. Operação conjunta O Banco Central e a CPI dos Correios vão trabalhar juntos para melhorar o controle das atividades do sistema financeiro, segundo comunicado conjunto divulgado na quarta-feira pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, e pelo presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS). De acordo com a nota, uma equipe de técnicos do BC estará à disposição da CPI para realizar “estudos sobre eventuais mudanças institucionais visando ao aperfeiçoamento do controle das atividades do sistema financeiro nacional”. Esse trabalho conjunto reforçará o já prestado hoje por técnicos do BC cedidos à CPI dos Correios. O número de profissionais cedidos não foi informado. |
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