Como acontece em todo ano eleitoral, os aspirantes a candidato já começaram as suas campanhas políticas antes do período determinado pela Justiça Eleitoral. Para as eleições de outubro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que os candidatos não devem fazer qualquer tipo de propaganda política antes do dia 6 de julho. Mas, é claro, o que se vê são os mais diversos tipos de abuso, principalmente por aqueles que já estão em governos e casas legislativas e tentam a reeleição.
Agora mesmo no início do mês, nas comemorações pelo Dia do Trabalho, quem já deu o mau exemplo foi a própria presidente Dilma Roussef (PT). Em seu pronunciamento pela televisão, a chefe do poder Executivo brasileiro fez promessas e elogios ao seu próprio governo, além de incentivar correligionários a saírem em campo. Basta ver que a palavra mais pronunciada pela presidente foi “governo”, e não “Brasil” como em discursos anteriores.
Mas não é apenas a presidente que está passando por cima da lei eleitoral. Outro pré-candidato à presidência da república, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), também esteve na mira da justiça eleitoral. No início de março, o TSE determinou a saída do ar de uma página do governador nas redes sociais por propaganda eleitoral fora de hora.
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Aécio Neves (PSDB), outro candidato à presidência, também tem uma representação no TSE por propaganda eleitoral fora do período permitido, mas o julgamento ainda não terminou. A situação é tão generalizada que o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Marco Aurélio Melo, fez a seguinte afirmação esta semana: “O abuso da propaganda eleitoral, por todos os pré-candidatos, é escancarado”.
E como fica a sociedade e os cidadãos mais conscientes diante da situação de flagrante desrespeito às leis e às normas vigentes? E justamente por aqueles que mais deveriam respeitá-las e dar o exemplo?
Olha, não tem mágica. É preciso cobrar dos candidatos o compromisso com promessas séries e pertinentes com o cargo público que querem ocupar. Além disso, precisamos conhecer bem os candidatos, o seu histórico político e pessoal, quais são os seus financiadores e quais são os setores que eles dizem representar. E, claro, não votar de jeito nenhum em quem está enrolado com a Justiça.
Uma boa dica é o projeto Excelências, da organização Transparência Brasil. O projeto traz informações sobre todos os parlamentares em exercício no momento na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, incluindo seus doadores de campanha.
Agora que a campanha eleitoral está esquentando, mesmo fora de hora, é bom ficar de olho e conhecer muito bem os candidatos. Além disso, votar em alguém para um cargo público não significa dar a ele um cheque em branco para fazer o que quiser. É preciso fiscalizar e cobrar os compromissos de campanha e programas de governos.
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