A relação do empresário Carlinhos Cachoeira com parlamentares do Congressso Nacional pode ser alvo de investigação da Corregedoria da Câmara dos Deputados. O líder do Psol na Casa, deputado Chico Alencar (RJ) entregou um pedido à Presidência da Casa para que o órgão inicie uma apuração sobre o caso.
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De acordo com denúncias publicadas pela revista Veja e pelo jornal O Globo, Cachoeira foi preso na semana passada pela Polícia Federal, na operação Monte Carlo, por ter oferecido R$ 100 mil ao deputado Rubens Otoni (PT-GO). Ele já teria dado ao deputado outros R$ 100 mil. Cachoeira também sugeriu ao parlamentar que não declarasse a quantia à Justiça Eleitoral.
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O próprio Cachoeira teria feito uma série de gravações em vídeo que foram descobertas pela polícia. Centenas de gravações registradas pela polícia também revelaram a amizade de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Na semana passada, o senador goiano subiu à tribuna do Senado para se defender. Na ocasião, porém, ele admitiu a amizade com Cachoeira. “Todo mundo, de todos os partidos, fala com Carlinhos e com os demais empresários”, disse Demóstenes.
No documento, Chico Alencar afirma que a frase de Demóstenes é uma generalização que não pode ser aceita pelo Legislativo. “Trata-se de generalização que deve ser repudiada por esta Casa, no interesse de lhe preservar a honra e a decência. Não! Nem todos os parlamentares e nem todos os partidos podem ser atirados na vala comum dos que mantêm relações com o contraventor”.
Diante da afirmação, o deputado Chico Alencar alegou a necessidade de se abrir a investigação, que segundo a bancada, deve esclarecer quem são os outros parlamentares que mantinham relações com Cachoeira, além de Rubens Otoni, cujo pagamento foi flagrado na operação da Polícia Federal. A não declaração de doação à Justiça Eleitoral configura abuso de poder econõmico, com casssação de diploma e inelegibilidade por oito anos.
O presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), analisará o pedido e o encaminhará à Corregedoria. A partir daí, a investigação poder ser iniciada. Na semana passada, o deputado Protógenes Queiróz (PCdoB-SP) iniciou o recolhimento de assinaturas para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso. De acordo com o deputado, a comissão deve ser formada esta semana. Até a sexta-feira (09) passada, já haviam 163 das 171 assinaturas necessárias para protocolar a CPI.
Protógenes: ‘CPI do Cachoeira sai esta semana’
Em dezembro do ano passado, Protógenes chegou a protocolar um pedido de instalação de CPI para apurar as denúncias publicadas no livro “A Privataria Tucana”, escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., que aponta irregularidades no processo de privatização de empresas estatais ocorrido no governo Fernando Henrique Cardoso.
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