Folha de S. Paulo
Corte de verba na Esplanada atinge aliados e poupa o PT
O endurecimento do controle de gastos na administração de Dilma Rousseff pesa mais sobre os ministérios entregues aos sócios minoritários da coalizão governista, o que ajuda a explicar a crise na base de sustentação parlamentar do Planalto. Uma análise do recente bloqueio de R$ 55 bilhões em despesas previstas no Orçamento deste ano mostra que as dez pastas entregues a PMDB, PSB, PR, PP, PDT, PC do B e PRB perderam quase um quarto das verbas de livre aplicação -exatos 23,9%.
Dono da segunda maior bancada do Congresso, o PMDB do vice-presidente Michel Temer teve corte de nada menos que a metade das verbas disponíveis em seus quatro ministérios. Já nas 14 pastas ocupadas pelo PT ou por indicações diretas de Dilma, o impacto dos cortes ficou em apenas um décimo dos recursos destinados a compras e investimentos -o levantamento não considera gastos obrigatórios, como o pagamento de salários e aposentadorias.
Em reunião, empresariado reclama de lentidão do governo
Empresários reunidos anteontem com Dilma Rousseff se queixaram da lentidão de ações do governo e da centralização de decisões em torno da presidente da República. Na última quinta-feira, o Palácio do Planalto reuniu 28 empresários, a nata do PIB (Produto Interno Bruto), para discutir formas de acelerar a economia e defender a indústria nacional. Entre eles estavam representantes de grupos industriais, como Jorge Gerdau, e de grandes bancos, como Roberto Setúbal, do Itaú, e Lázaro Brandão, do Bradesco.
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Presidente do TJ-SP mobiliza magistrados contra a Folha
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, afirmou que está buscando associações de magistrados para preparar ações judiciais contra a Folha. Sartori disse que discute com as entidades a apresentação de um único processo ou causas em blocos e que espera a adesão dos 354 desembargadores do tribunal.
O magistrado afirmou que quer processar o jornal pois a Folha usou o termo “investigar” em uma manchete que informou sobre a inspeção que está sendo realizada pela corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na folha de pagamentos e nas declarações de renda dos desembargadores da corte.
Namorar ex-advogada de réu do mensalão não é problema, diz Toffoli
O ministro José Antônio Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que o fato de ser namorado da advogada Roberta Rangel não o torna impedido para julgar o caso do mensalão.
“É uma relação de namoro, que já perdura há alguns anos. Não moramos juntos e não temos filhos”, diz ele, citando o que caracterizaria uma união estável -isso o tornaria impedido pela lei de julgar o caso, já que Roberta participou ativamente da defesa de um dos réus do maior escândalo da era Lula.
Em agosto de 2007, quando era sócia de Toffoli em um escritório, Roberta fez a sustentação oral da defesa do ex-deputado Professor Luizinho no plenário do Supremo. Ela deixou o caso em 2009, no ano em que Toffoli foi nomeado para o STF.
Troca de líderes agravou crise, diz petista
Após a pior semana da crise no Congresso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), admite que a troca de líderes feita pela presidente Dilma foi um dos fatores da “confusão” durante a discussão da Lei Geral da Copa (que ficou para depois da Páscoa).
Maia é ligado ao novo líder, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas diz que a “troca se deu no meio de discussões acaloradas, polêmicas”. O petista irá ocupar a Presidência na semana que vem, quando a presidente e o vice, Michel Temer, estarão fora do país.
Lula pede a Haddad que tenha calma e não desanime
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que tenha paciência e não desanime com o mau desempenho nas pesquisas.
Em encontro no Hospital Sírio-Libanês, Lula receitou calma e disse ao afilhado político que ele crescerá “na hora certa”. Haddad tem apenas 3%, segundo o Datafolha.
Obama apoia médico para Banco Mundial
O presidente dos EUA, Barack Obama, indicou ontem o médico e reitor do Dartmouth College, Jim Yong Kim, nascido na Coreia do Sul e criado nos EUA, para suceder Robert Zoellick no comando do Banco Mundial, em junho.
O comando da instituição em Washington, que desde sua fundação vai para um americano, será disputado também pela ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, e pelo ex-ministro colombiano e professor da Universidade Columbia José Antonio Ocampo.
“O líder do Banco Mundial deve ter compreensão profunda do papel do desenvolvimento no mundo e da importância de criar condições para que a assistência não seja mais necessária”, disse Obama ao fazer o anúncio.
O Estado de S. Paulo
Dilma assume negociação para aprovar lei ambiental
Com a base aliada em crise e em confronto aberto com o governo federal, a presidente Dilma Rousseff apelou, em vão, para o apoio do PSD, partido criado e comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que se autodeclara independente. Num encontro realizado na quinta-feira à noite, no Palácio do Planalto, Dilma pediu ao prefeito ajuda para convencer os parlamentares do PSD a apoiar o projeto de reforma do Código Florestal que foi aprovado pelos senadores, e que garante a recuperação de vegetação nativa às margens de rios.
Ouviu um não, o segundo do PSD ao PT. A primeira decepção dos petistas com Kassab foi a adesão imediata do prefeito à pré-candidatura de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, abandonando uma negociação com dirigentes do PT na capital paulista. A negativa de Kassab fratura ainda mais a base governista no Congresso.
Ao sofrer derrotas no Congresso na última semana e com dificuldades para aprovar o Código Florestal – e também a Lei Geral da Copa -, Dilma deu sinais ontem de que pretende assumir a coordenação política das votações. A presidente reuniu-se com seis ministros e ordenou que, se necessário, a votação do Código Florestal seja suspensa por um mês para não haver risco de derrota.
Kassab disse à presidente que não tem controle sobre esse tema na bancada, de acordo com relatos de interlocutores de Dilma e de parlamentares do PSD. E se justificou: entre os 47 deputados do partido há muitos ruralistas, todos eles envolvidos no intenso debate que é travado a respeito do Código Florestal.
‘Tem de manter as restrições’, afirma FHC
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que o governo federal tem de “continuar firme” em defesa do Código Florestal e defendeu o desmatamento zero. O tucano disse, ainda, que o debate sobre meio ambiente é nacional e não partidário.
“Tem de manter de toda a maneira as restrições para preservar o meio ambiente”, afirmou durante o 3.º Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, onde fez uma apresentação sobre os desafios do desenvolvimento sustentável.
Fernando Henrique disse temer as pressões políticas durante a votação do projeto diante do cenário conturbado com a base aliada.
Ruralistas aproveitam
A bancada ruralista tem aproveitado a crise na base aliada para emplacar sua agenda.
Senador pode sofrer ação por suposto acordo com bicheiro
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avalia se pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o senador Demóstenes Torres (DEM), envolvido em denúncias de suposta cobrança de propina e favorecimento pela máfia dos caça-níqueis em Goiás.
A situação do parlamentar se complicou depois da divulgação de informações, pela revista Carta Capital, de que receberia 30% da arrecadação do empresário de jogos de azar, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o jogo ilegal para alimentar o caixa 2 de campanha eleitoral. Também ontem, outra reportagem do jornal O Globo mostrou que grampos da PF revelaram que o senador pediu dinheiro e vazou informações oficiais a Cachoeira.
O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse que seu cliente nega “peremptoriamente” as acusações de que recebia 30% da arrecadação de Cachoeira. Segundo ele, a matéria é “uma ofensa” e os relatórios da PF citados, “fantasiosos”. O senador informou ao advogado que uma pessoa próxima de Cruvinel disse que ele negou ter implicado o senador em depoimento.
Plano nacional atrai PSB ao PT, diz Lula
Ao retomar gradualmente as articulações políticas para as eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara o terreno para que o PSB possa apoiar o petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Haddad esteve na manhã de ontem com Lula, no Hospital Sírio-Libanês. O ex-presidente será submetido a exames na próxima semana para avaliar se houve remissão do tumor na laringe. Ele faz tratamento contra o câncer desde novembro de 2011.
Segundo Haddad, o ex-presidente disse acreditar que o projeto nacional dos partidos da base de sustentação do governo Dilma Rousseff vai prevalecer sobre os interesses das eleições municipais. “Temos um projeto nacional em curso e ele (Lula) entende que esse projeto será resguardado”, relatou o ex-ministro, após conversa de 35 minutos com o ex-presidente.
FGV prepara índice para medir felicidade
A riqueza do País pode começar a ser mensurada de outra forma. No lugar do Produto Interno Bruto (PIB), a Felicidade Interna Bruta (FIB). A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) está empenhada na elaboração da metodologia do novo índice. A intenção é fornecer os resultados ao governo federal para auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas.
O FIB já existe no Butão, um pequeno reino incrustado nas cordilheiras do Himalaia. Lá, o contentamento da população é mais importante que o desempenho da produção industrial. O índice pensado pela FGV, no entanto, não será tão radical. “O PIB será um dos componentes do cálculo”, esclarece Fábio Gallo, professor da FGV-SP que, ao lado de Wesley Mendes, encabeça o desenvolvimento do estudo.
MP 562 será a primeira a tramitar conforme exige a Constituição
Editada pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira, a Medida Provisória 562 será a primeira a tramitar de acordo com as normas constitucionais desde que o Supremo Tribunal Federal determinou que Câmara e Senado submetam as MPs às comissões mistas encarregadas de avaliar sua urgência e relevância.
Publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira, a MP 562 prevê o repasse de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para as instituições comunitárias que atuam na educação rural.
Na presidência da sessão do plenário, a senadora Ana Amélia (PP-RS) leu ontem os nomes dos 13 senadores que vão compor a comissão mista. O prazo para análise da proposta na Câmara dos Deputados termina dia 17 de abril, cabendo ao Senado examiná-la no período de 18 de abril a 1.º de maio.
Assassinato de gartoto negro revolta Obama
O presidente Barack Obama engrossou a indignação na Flórida após o assassinato do negro Trayvon Martin, 17 anos, pelo vigilante branco George Zimmerman, que suspeitara dele. “Se eu tivesse um filho, ele seria como Trayvon”, disse Obama.
O Globo
Prazos eleitorais ameaçam Lei da Ficha Limpa
A Lei da Ficha Limpa está valendo para as eleições deste ano, mas o país corre o risco de não ter estrutura para cumpri-la. Pela legislação atual, os promotores eleitorais terão cinco dias para impugnar, com base, por exemplo, no que determina a Ficha Limpa, pedidos de registro de candidatura apresentados à Justiça Eleitoral.
Isso significa que – se for levado em conta o total de candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador em 2008, uma soma que dá 381.919 nomes – o Ministério Público terá de analisar, por dia, uma média de 76 mil pedidos.
Se o prazo já era curto sem as novas exigências determinadas pela Ficha Limpa, com elas aumenta o volume de trabalho de pesquisa que os promotores terão de fazer, nesse período, para levantar se um candidato é elegível ou não.
Segundo a legislação atual, os partidos e coligações têm até 5 de julho para apresentar seus pedidos de registro de candidatura aos juízes de cada zona eleitoral. Depois disso, a Justiça Eleitoral tem até dia 8 de julho para publicar em edital os pedidos de registro requeridos pelos partidos. A partir da publicação desse edital, os promotores eleitorais (além de candidatos, partidos e coligações) têm só cinco dias – até dia 13 de julho – para impugnar candidaturas.
Prefeito pede socorro para alojar pessoal da Rio+20
A menos de três meses para a Conferência Sustentável (Rio+20), a falta de infraestrutura hoteleira suficiente para abrigar 50 mil pessoas levou o prefeito Eduardo Paes a decidir lançar, até o início de abril, uma campanha incentivando os cariocas a hospedar estrangeiros. Para garantir a acomodação de todos os participantes – já está confirmada a vinda de 80 chefes de Estado e de 120 delegações, além de representantes dos 193 países membros da ONU e de milhares de integrantes de ONGs -, o Comitê Organizador da Rio+20 bloqueou reservas até mesmo em hotéis fora do Rio, em cidades como Angra dos Reis e Petrópolis.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ), a cidade tem 33 mil quartos incluindo albergues e motéis, e a taxa de ocupação para o período do evento (13 a 22 de junho) já passa de 90%. Congressos marcados para junho – como um internacional de odontologia, com três mil pessoas – já foram transferidos ou adiados para desafogar a rede hoteleira.
Carioca desperdiça chance de reciclar
A cidade-sede da Rio+20 ainda não assimilou a cultura da reciclagem, mostra a última reportagem da série. Para especialistas, campanha não basta: é preciso subsidiar o setor.
França à espera de explicações sobre atirador
A morte do extremista islâmico Mohammed Merah pela polícia levou a França a questionar por que ele não foi capturado vivo para explicar suas possíveis ligações com grupos terroristas, e também a eficácia das autoridades, que não o prenderam antes.
China desacelera e pega Vale no inferno astral
Demanda menor da China, seu principal mercado, queda no preço internacional do minério de ferro e cobranças judiciais de impostos fizeram a Vale perder para a Ambev o posto de segunda colocada entre as maiores do país em valor de mercado.
Correio Braziliense
Adeus, Chico
Gênio na arte de fazer rir, Chico Anysio era um artista multimídia, antes mesmo de a expressão ser inventada. Começou no rádio. Fez teatro e cinema. Escreveu dezenas de livros. Compôs música. Cantou. Mas foi na TV que se consagrou como o maior humorista brasileiro de todos os tempos. Os 209 personagens que criou divertiram várias gerações de brasileiros. E bordões como “Afe, tô morta”, do pai de santo Painho, e “E o salário, ó!”, do saudoso professor Raimundo, caíram no gosto popular.
Em Brasília, ele recebeu a última homenagem pública em vida, pelo projeto Mitos do Teatro Brasileiro. Emocionado, não perdeu a irreverência e o bom humor, mesmo sentado numa cadeira de rodas: “Estou aqui no meio dos grandes: Dulcina de Moraes, Procópio Ferreira, Dercy Gonçalves, Nelson Rodrigues e Cacilda Becker”, disse. “Tomei até um susto, porque todos estão mortos. Pensei: será que eu vou ter que morrer também?” A plateia, que já o aplaudia de pé, explodiu numa sonora gargalhada. Chico lutava contra a morte havia três meses. Ontem, aos 80 anos, perdeu a batalha.
Fanático tinha ligações com neonazistas
Polícia Federal investiga se o brasiliense suspeito de planejar um massacre a alunos da UnB recebeu dinheiro de grupos extremistas.
Dilma parte pra briga com a base
A ordem, no Planalto, é não recuar no embate com ruralistas sobre mudanças no texto do Código Florestal, aprovado no Senado. A questão rachou a base aliada.
Brasileira afoga o filho na Argentina
Adriana Cruz matou o menino de 6 anos na banheira. O crime seria uma vingança contra o ex-marido e causou revolta no país vizinho.
BC vai vigiar quem pegar empréstimo
Governo aumenta fiscalização para evitar o endividamento excessivo dos brasileiros. Cliente que tomar mais de R$ 1 mil em banco será monitorado.
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