Nos últimos quatro anos a empresa do ex-presidente, L.I.L.S (um acrônimo de seu nome), foi acionada para que Lula desse 47 palestras no exterior. A construtora Odebrecht pagou quase R$ 4 milhões por dez palestras. Além disso, a empresa bancou os custos das viagens para países que possuem obras financiadas pelo BNDES, como Angola e Venezuela.
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Em junho de 2011, por R$ 330 mil, o ex-presidente foi até a Venezuela dar uma palestra sobre os “Avanços alcançados até agora pelo Brasil”. Na ocasião, Lula se encontrou com o empresário Emílio Odebrecht e com o então presidente venezuelano Hugo Chávez. Era um período de tensão entre o governo venezuelano e a empreiteira, que cobrava uma dívida de US$ 1,2 bilhão. Quatro dias depois do encontro, Chávez se reuniu com a presidente Dilma em Brasília e, naquele momento, a dívida com a empresa já estava acertada, informa a revista. O Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União investigam obras de metrô na Venezuela financiadas com recursos do BNDES.
As viagens de Lula também teriam influenciado em concessões de empréstimos do BNDES a outros países, como Angola, que está no topo da lista de recursos destinados pelo banco para exportação. Em 2011 Lula foi novamente contratado pela Odebrecht para dar uma palestra em Luanda sobre “O desenvolvimento do Brasil – modelo possível para a África”. Ele se reuniu em seguida com o presidente do país, José Eduardo dos Santos, e, logo depois, se encontrou com Emílio Odebrecht e com diretores das empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Pouco tempo depois o BNDES liberou um empréstimo de US$ 281 milhões (R$ 455 milhões, em valores da época) para a Odebrecht realizar obras de infraestrutura em Angola.
Além de Venezuela e Angola, o ex-presidente também teria viajado para o Panamá, República Dominicana, Peru, Argentina, Cuba, Portugal, Guiné Equatorial e Gana. Algumas das visitas eram sucedidas por liberação de recursos do BNDES para financiar obras.
A Odebrecht nega que o ex-presidente tenha feito lobby em seu favor junto a governos estrangeiros.
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