Folha de S. Paulo
Governo vai tentar barrar na Justiça greve de PMs na Copa
Com receio de que greves na área de segurança criem problemas internos durante a Copa e arranhem a imagem do Brasil no exterior, o governo decidiu atacar os movimentos com ações na Justiça Federal e medidas que atingem o bolso dos grevistas.
São duas as principais frentes que serão adotadas na Copa: o governo vai entrar com ações judiciais contra as paralisações, medida que hoje cabe aos Estados, e quer cobrar de líderes de greve que arquem com os custos de eventual emprego da Força Nacional para garantir a ordem pública.
Recentemente, uma onda de greves de policiais militares afetou Estados como a Bahia e Pernambuco, e a violência explodiu no período com cenas de saques e depredações. Há indicativos de que novas paralisações de policiais militares, civis e até da Polícia Federal ocorram no período da Copa.
Na sexta-feira (23), jornalistas estrangeiros demonstraram preocupação com as greves na área de segurança pública em entrevista de ministros do governo envolvidos com a questão.
Presidente alerta sobre ‘espectros fantasmagóricos’
Leia também
A presidente Dilma Rousseff aproveitou o evento da UJS neste sábado (24) para atacar a oposição. Disse que não vai permitir o retorno de “espectros fantasmagóricos”.
Ela afirmou que forças políticas “velhas” vão promover “desemprego, recessão e arrocho salarial”.
“Quem tem lado sabe que é preciso estar atento, estar ao mesmo tempo com um olho no futuro e com um outro olho no passado. Este olho no passado é para evitar que outros e certos espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiros”, discursou.
Aécio diz que ministro da Justiça age como militante
O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência, rebateu as declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que classificou suas propostas para a segurança como “marketing político”.
No lançamento da pré-candidatura ao governo gaúcho de Ana Amélia Lemos (PP), neste sábado, ele disse que Cardozo agiu como “militante partidário” e que é o governo quem faz marketing.
Em entrevista à Folha na quinta, Aécio criticou a gestão da área e disse que acrescentaria “Segurança Pública” ao nome da pasta. Cardozo respondeu que eram ideias pautadas por marketing para agradar a opinião pública.
Foco da PF, deputado buscava projeção
Deputado federal em primeiro mandato, João Luiz Correia Argôlo era um rosto anônimo nos corredores da Câmara até o mês passado.
Com pouca atuação na Casa, mas ambicioso na política, o parlamentar de 33 anos deixou o PP da Bahia pelo recém-criado Solidariedade (SDD) em busca de destaque.
Na antiga sigla, reclamava dos caciques Mário Negromonte e João Leão, obstáculos em seu reduto.
Migrou. Mas, antes de decolar na nova casa, esbarrou na própria ganância, relatam colegas. “Ele queria crescer rapidamente, viu que Youssef tinha relação com algumas pessoas do PP e deve ter achado que era um cara que poderia ajudá-lo a subir”, avalia um colega do PP.
Youssef é Alberto Youssef, o doleiro que foi preso pela Operação Lava Jato em março acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou 1.411 mensagens trocadas entre o doleiro e um usuário identificado como L.A..
A situação de Argôlo piorou com a divulgação de conversas mostrando relação de intimidade. Falavam de família, combinavam encontros e depósitos financeiros.
Auxiliares de Palocci dialogam com Campos
Dois dos principais expoentes do grupo de economistas do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci se aproximaram recentemente de Eduardo Campos (PSB), concorrente da petista Dilma Rousseff na corrida pelo Palácio do Planalto.
Ex-governador de Pernambuco, Campos se recusa a ter “um economista-guru para chamar de seu”, mas tem dialogado com diversas matizes do pensamento econômico e mostrado apreço por algumas figuras da corrente liberal.
Entre os economistas com quem manteve contato recentemente, Marcos Lisboa e Bernard Appy conquistaram a simpatia do presidenciável.
Ambos trabalharam para a administração Lula ao lado de Palocci, ministro de um governo de esquerda, mas que replicou, no primeiro mandato, a agenda do antecessor tucano Fernando Henrique Cardoso.
Prefeitura petista é apontada como fonte de ofensas a Aécio na internet
Dados repassados à Justiça de São Paulo mostram que equipamentos e funcionários da Prefeitura de Guarulhos, comandada há 14 anos pelo PT, foram usados para criar páginas com ofensas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) em redes sociais.
Nome dos tucanos para o Planalto, Aécio é hoje o principal rival da presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa.
As informações chegaram ao Judiciário depois que o senador abriu um processo contra 27 empresas que prestam serviços relacionados à internet e conseguiu uma decisão que as obrigou a quebrar o sigilo contratual de clientes.
A intenção do tucano era descobrir quem estava por trás de páginas com o nome “Aécio Boladasso”. Criados em novembro passado no Twitter e no Facebook, os perfis falsos a princípio se mostravam favoráveis ao senador –uma versão tucana da “Dilma Bolada”, que faz publicidade da presidente nas redes.
Logo, no entanto, passaram a criticar Aécio e relacioná-lo a hábitos como o consumo de álcool. Ainda em novembro, o tucano acionou o principal escritório de direito digital do país –27 advogados estão cadastrados para seguir sua cruzada judicial.
O Estado de S. Paulo
Articulação de Lula barra dissidências e Dilma retém maior parte dos aliados
‘Medo do passado’ vai da TV ao palanque em ataque a adversários
“Vamos oferecer esperança”, afirma Aécio
Sem PMDB, petista perderia pouco na TV
Distribuição da propaganda vai mudar em 2016
Pré-campanhas expõem poder de fogo dos partidos
PT entra na Justiça para tirar mandato de Vargas
Maior doador de senador opera esquema, diz PF
Oposição quer cassar prefeito de Cuiabá
O Globo
Pesquisa mostra que renda melhorou, mas população cobra qualidade dos serviços
Três vezes por semana, a diarista Ana Cristina Carvalho, de 42 anos, sai do trabalho, na Freguesia, Zona Oeste do Rio, às 18h30m. É o começo de uma jornada que vai durar pelo menos três horas até sua casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Depois de caminhar 15 minutos até o ponto de ônibus, ela espera mais 40 pelo coletivo da Transcarioca, apesar de a concessionária prometer intervalos menores nos horários de pico. A chance de se sentar é remota. Sem trânsito, ela chega a Bonsucesso, na Zona Norte, em pouco mais de 20 minutos. Poderia ir a pé até a estação de trem por mais um quilômetro, mas recorre a um mototáxi, insegura com o caminho mal iluminado. Nos trilhos, é mais meia hora sacolejando em vagões lotados. Já na Baixada, ela toma outro ônibus para chegar em casa. Para passar o tempo, dá uma conferida nas redes sociais pelo smartphone.
Cansada, contabiliza R$ 12,80 gastos com transporte só naquele dia, mas comemora com um sorriso largo a chegada ao lar. Aos poucos ela reforma a casa de dois quartos com uma varanda tão grande que deu até para realizar ali a festa de casamento da filha Thais, de 21 anos, no ano passado. A caçula Ana Guiomar, de 15, não desgruda da TV a cabo. Apesar de trabalhar desde os 17, a vida de Ana só deu uma virada nos últimos três anos, desde que teve a carteira assinada pela patroa. Mas no vaivém para o trabalho, a vida continua dura.
— Em casa, eu me sinto uma rainha. O problema é ter que sair — diz a diarista, que faz bicos na Barra da Tijuca nos outros dois dias úteis que tem livres. O calvário é o mesmo: — Num dia bom, são quatro horas no transporte. O tempo entre uma condução e outra é o que mais cansa.
Assim como Ana Cristina, milhares de brasileiros nas grandes cidades reconhecem que sua vida pessoal melhorou nos últimos anos com a queda do desemprego e o aumento da renda, mas estão cada vez mais insatisfeitos com a qualidade dos serviços públicos. É o que revela uma pesquisa da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV), obtida pelo Globo com exclusividade, e que ouviu 3.600 pessoas entre março e abril enquanto usavam o transporte público em seis regiões metropolitanas cujas capitais vão receber jogos da Copa do Mundo: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
Correio Braziliense
Deputados federais recebem auxílio-moradia mesmo tendo propriedade no DF
A posse de imóvel em Brasília não impede que deputados federais recebam auxílio-moradia pago pelo contribuinte, no valor de R$ 3,8 mil mensais. Levantamento elaborado pelo Correio com base em dados do portal da Câmara e da Justiça Eleitoral encontrou 19 parlamentares que recebem o benefício, mesmo possuindo casas, apartamentos ou flats na capital da República, conforme declarações feitas à Justiça Eleitoral em 2010, disponíveis no site do TSE na internet. Do início da atual legislatura, em 2011, até fevereiro, o desperdício de dinheiro público alcançou a cifra de R$ 2,743 milhões. O valor seria suficiente, por exemplo, para a compra de 23 casas populares do Programa Minha Casa, Minha Vida. Apesar do custo elevado, a Câmara não possui nenhuma norma impedindo o acúmulo.
Pelas regras, o pagamento do auxílio-moradia pode ser feito diretamente ao parlamentar, em espécie, ou na modalidade de reembolso, mediante apresentação das notas de hotéis ou aluguéis de imóveis. De acordo com a 4ª Secretaria da Mesa, responsável pela gestão do benefício, cada parlamentar pode utilizar o benefício da forma que preferir, inclusive para o pagamento de prestações imóveis. Dos 19 parlamentares com imóvel em Brasília, 17 optaram por receber o benefício em espécie. Atualmente, 196 recebem o auxílio-moradia, com custo anual de cerca de R$ 8,9 milhões. Não há nenhum integrante da bancada do Distrito Federal que tradicionalmente abre mão do benefício.
O titular da 4ª Secretaria, deputado Antonio Carlos Biffi (PT-MS), disse que os parlamentares reclamam frequentemente do valor do benefício. “É pouco para os parlamentares, mas o custo é muito alto para a Casa”, disse ele. “Em relação aos que possuem imóvel em Brasília, é preciso averiguar se há alguma ilegalidade. Vamos estudar essa questão no âmbito da 4ª Secretaria. É preciso dar um jeito nisso”, completou. Atualmente, o órgão trabalha para ampliar o número de apartamentos funcionais disponíveis para os deputados, o que reduziria custos. “A diferença é de quase R$ 1,6 mil por mês, por deputado. O processo burocrático junto ao GDF está encaminhado para reformar mais algumas unidades”, afirmou. No total, a Câmara possui 432 apartamentos funcionais e 310 estão habitáveis.
Farra multipartidária — A situação envolve parlamentares de nove legendas, sendo que sete dos 19 estão filiados ao PMDB. Quadras no Plano Piloto e os apart-hotéis à beira do lago estão entre os endereços favoritos dos parlamentares. Um dos deputados, o peemedebista Osvaldo Reis (TO), declarou em 2010 possuir dois apartamentos em Águas Claras, sendo um deles uma cobertura. “Não existe democracia sem um Poder Legislativo forte e atuante, mas a verdade é que, hoje, ele tem um gasto extremamente elevado para o contribuinte. Alguns desses gastos são desnecessários”, opinou o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT-DF).
Candidatos travam um duelo entre política social e ajuste fiscal
Os brasileiros que vão às urnas em outubro terão a oportunidade de influenciar na escolha das políticas sociais do país pelos próximos quatro anos. A resistência do eleitor a mudanças nessa área se reflete nas intenções que os pré-candidatos vêm demonstrando até agora. A presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) sinalizam com novos aumentos do salário mínimo acima da inflação, mesmo sem ser claros quanto à regra a ser adotada.
No caso do Bolsa Família, Aécio e Campos falam de propostas, ainda não fechadas, de ampliação. “Temos de pensar que o pai e a mãe precisam se qualificar. Uma possibilidade é ter uma poupança para isso”, afirma o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), coordenador do núcleo social do partido. Campos tem afirmado em entrevistas que é necessário aumentar o número de beneficiários do Bolsa Família entre os que já integram o cadastro único. “Tem pessoas que deveriam estar incorporadas.” O PT discutirá, em reunião nesta semana, o programa de governo a ser proposto na eleição.
Deixe um comentário