Investigação da Polícia Federal mostra que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes foi acionado, por e-mail, quando já estava na corte, para tratar de negócios da empresa de consultoria da qual foi sócio. A Planalto Soluções e Negócios – registrada em nome de Carlos Juliano Nardes, sobrinho do ministro, e de Clorimar Piva –, é investigada por fraude fiscal na Operação Zelotes. A mensagem eletrônica, enviada por Piva em novembro de 2006, contradiz a versão de Nardes, que alega ter se afastado completamente da consultoria em maio de 2005, às vésperas de assumir a vaga no TCU. As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, Nardes aparece no e-mail como interlocutor de Piva e Carlos Juliano, em documentos coletados com autorização judicial incluídos nos autos do inquérito que tramita contra o ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Na mensagem endereçada a um endereço eletrônico atribuído a Nardes, Piva pede ajuda ao ministro para renovar contrato de uma empresa gaúcha vencedora de licitação no valor de R$ 25 milhões no Ministério da Saúde para confeccionar cartões do SUS.
O jornal diz que não há registro de resposta de Nardes na documentação à qual a reportagem teve acesso. Em resposta à Folha, o ministro do TCU diz não se lembrar do e-mail de Piva e que não poderia confirmar se o endereço eletrônico era dele ou não. Ele reiterou que se afastou da empresa logo foi indicado ao tribunal de contas.
De acordo com os investigadores da Operação Zelotes, Nardes e o sobrinho receberam, pela Planalto, R$ 2,6 milhões da SGR Consultoria, acusada de corromper conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda. Ex-deputado federal pelo PP do Rio Grande do Sul e ex-presidente do TCU, Nardes recomendou a rejeição das contas da presidente Dilma referentes a 2014. A recomendação dele foi seguida pelos demais ministros. Entre as irregularidades apontadas, estão as chamadas pedaladas fiscais. A decisão da corte ainda será analisada pelo Congresso Nacional. Uma eventual rejeição das contas pelos parlamentares abre caminho para a abertura de um processo de impeachment.
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