Luciana Navarro |
Assim como o colega Ney Suassuna (PMDB-PB), o senador Marcelo Crivella (PL-RJ) nunca estudou música. O que não o impede de compor “com emoção” e cantar “melodiosamente” – como descreve na sua página na internet – muito menos de exibir prêmios que fazem inveja a muitos astros da música popular brasileira. Sucesso de venda, os CDs de Crivella renderam ao senador cinco discos de ouro, dois de diamante e um de platina, além do Prêmio Sony Music . Os discos têm sempre um cunho social e religioso. Lançado em 1991, em parceria com o cantor e compositor Toni Sabetta, o primeiro CD, “ Aos que sofrem” , foi dedicado aos presidiários e às pessoas hospitalizadas. Desde então, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus lançou treze discos. Segundo o senador, o dinheiro obtido com as vendas é repassado integralmente ao Projeto Nordeste, que ajuda a alimentar famílias carentes da região. Publicidade
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Sobrinho do fundador da Universal, Edir Macedo, Crivella morou por sete anos com a família na África, onde atuou como missionário. Sob influência africana, lançou, em 1993, “Stop Suffering”, com duas músicas em zulu e uma oração em inglês. Seguindo a mesma linha, gravou em 1998 o CD “ África”, que vendeu mais de 20 mil cópias, o que lhe rendeu um disco de ouro. O disco de diamante veio com a venda de um milhão de cópias do CD “ Perfume Universal”. O prêmio foi conquistado novamente com “Mensageiro da Solidariedade”, que vendeu 1,38 milhão de cópias. “Como Posso me Calar” , de 1998, rendeu outro disco de ouro. No mesmo ano, compôs as músicas que originaram o compacto “Tá Amarrada a Escravidão” – mais um ouro para a coroa musical do bispo. Crivella também faz parceria com músicos famosos, como Sérgio Reis, Fábio Júnior e a dupla Gean e Giovani, que participaram do CD “Ajuda Teu Irmão do Sertão”. PublicidadeSom gospel Com a banda gospel “Tempero do Mundo”, Malta chegou a se apresentar para dois milhões de pessoas, na Marcha para Jesus, encontro evangélico ocorrido em 2003, em São Paulo. “O que nos move não é a quantidade de público, mas a aceitação daquilo que nos propomos a fazer, que é levar uma mensagem que toque no coração das pessoas e que as façam refletir sobre a importância de ter e de receber Jesus no coração”, afirma. O congressista se inspirou no avô para aprender a cantar no coro da Igreja Batista. Além de ser o vocalista da banda, o senador toca vários instrumentos de corda e percussão. Quando criança, observando outros meninos mais velhos, aprendeu a tocar violão, passando depois para o cavaquinho. “Tive uma infância e adolescência muito difícil. Não tinha condições financeiras para pagar um professor. Aprendi muito com a vida e tive a sorte de ter Deus do meu lado, guiando os meus passos”, conta. Aos 18 anos, Malta gravou o seu primeiro disco, ainda em LP. Hoje, traz no currículo 20 discos gravados. O último CD lançado pela banda, denominado“Tempero do Mundo e Amigos Cantam o Amor”, tem a participação de cantores como Zezé di Camargo, Netinho de Paula, Salgadinho e Bezerra da Silva. “Esta foi uma das últimas gravações feitas pelo Bezerra da Silva, que morreu recentemente. Fico feliz porque ele me disse que queria gravar uma música louvando a Jesus, depois de ter se convertido, e conseguimos fazer isso”, diz o senador. Além da música, Malta também se aventura na literatura. Publicou três livros: “E Agora Doutor”, “Mão Dupla” e “Deus Fez um Trato Comigo” – esse, um romance autobiográfico. A próxima obra já está no prelo: “Ele paga a minha passagem”. O livro trata da atuação de Deus nas ações humanas, inclusive na política. Mesmo com a agenda política cheia, o senador arruma tempo para se apresentar em vários programas de TV e shows. Atualmente, conciliar a vida política com a artística está mais difícil. Malta passa por um tratamento médico para se recuperar de cirurgia feita há dois anos para a retirada de um tumor instalado na coluna. |
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