Uma das maiores empresas de tecnologia da informação do Brasil, o Serpro, lançou mais um plano de demissão voluntária (PDV) para diminuir o número de funcionários. O novo PDV acontece a menos de um ano do último, que teve fim em 2020 e que já diminuiu o quadro de especialistas da empresa.
Desta vez, o alvo do PDV são os funcionários com mais de 55 anos e mais de 10 anos de serviços prestados à população brasileira dentro do Serpro. A indenização a ser paga aos funcionários que aderirem ao plano corresponderá a 12 remunerações, cujo valor vai de R$70 mil a R$320 mil pagos em parcela única. Conforme o sindicato que representa os trabalhadores do Serpro, a diretoria da empresa pretende diminuir o quadro de funcionários em 30%. Oficialmente a empresa não apresentou as metas de desligamento de funcionários.
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Frente ao plano de privatização do Serpro, muitos empregados observam esse PDV como incentivo a sair do País antes da empresa ser entregue à iniciativa privada. Altamente especializados e com competências valorizadas nos principais países do mundo, muitos deles pretendem buscar melhores oportunidades em nações que os valorizam mais. “É frustrante que o governo trabalhe contra a modernização do Estado e a disponibilização de serviços públicos para a própria população”, afirmou um dos empregados do Serpro.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a justificativa do novo PDV é: “normatizar o fluxo de saída de empregados, para redimensionamento do quadro de pessoal e readequação da estrutura funcional da empresa”.
Sucateamento e privatização do Serpro
O anúncio do novo PDV ocorre em um momento pouco propício para o País. A digitalização dos serviços públicos e a criação de soluções tecnológicas para atender ao Brasil e à sociedade são cada vez mais necessárias. E, junto a Dataprev, o Serpro é o principal responsável pelo desenvolvimento e implantação dessas tecnologias. Esse trabalho fez com que o Brasil fosse reconhecido como um dos países com maior maturidade em governo digital do mundo, ocupando o 7⁰ lugar no ranking do Banco Mundial.
Contudo, a diminuição do quadro de funcionários atende aos que querem a privatização da empresa. Um plano criticado por diversas entidades nacionais e internacionais, que vão desde o Ministério Público Federal até a OCDE.
Historicamente, antes de privatizar empresas públicas, os governos diminuem o número de funcionários, a eficiência dos serviços prestados e a admiração da opinião pública a respeito dessas empresas.
“É difícil afirmar que esse é o plano para o Serpro, já que a empresa tem prêmios e certificações nacionais e internacionais no setor de tecnologia, ainda assim, esse PDV acende uma luz vermelha em relação ao futuro da empresa”, opina um funcionário.
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