Renata Vilela*
DNIT, SUFRAMA e INSS são alguns dos órgãos da União que contrataram empresas privadas para desenvolver e implementar sistemas e, posteriormente, tiveram problemas. Ainda que essas adversidades tenham ocorrido em diferentes datas e com empresas privadas diversas, a solução encontrada foi a mesma – e envolveu a Dataprev e o Serpro.
Em todos os casos citados, Dataprev e Serpro foram chamadas para concluir trabalhos como, por exemplo, internalizar datacenters. De acordo com um funcionário da Dataprev, essas iniciativas mal planejadas, tanto pelos órgãos do Estado, quanto pelas empresas privadas, apresentam sérios riscos aos ambientes de desenvolvimento e produção.
Já houve casos em que sistemas rodavam em servidores instalados em ambientes físicos precários, fragilizando a segurança e a continuidade dos serviços.
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Entre eles, o profissional da Dataprev cita a possibilidade da inserção de códigos maliciosos. “É necessário realizar uma inspeção minuciosa nos códigos visando identificar scripts maliciosos e até presença de vírus.” No mesmo sentido, o profissional prossegue, “É necessário ainda verificar chamadas para bibliotecas de componentes proprietários que podem gerar indenizações por direitos autorais”.
Além dessas questões, há o desalinhamento tecnológico. Uma situação comum, segundo o funcionário que prefere não se identificar. “Acontece quando o sistema é desenvolvido usando uma linguagem de programação ou um banco de dados que não são homologados na Dataprev ou no Serpro”, afirma.
PublicidadeOs casos mais conhecidos do grande público chegaram à imprensa devido a denúncias. Por exemplo, o escândalo da Consist que teve como consequência, além do inquérito, a internalização do sistema pelo Serpro e a proibição de exigência de cheque caução para atendimento de pacientes de convênio por hospitais.
Contudo, há outros casos que não chegaram à imprensa mas são relembrados pelos funcionários.
A privatização da Dataprev e do Serpro, além de todos os problemas que pode gerar à população e à segurança de dados, ainda pode ser um tiro no pé do Estado.
*Renata Vilela, especial para a campanha Salve Seus Dados
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