O aumento exponencial de casos de covid-19 no Amazonas fez o governo do estado afirmar, na segunda-feira (6), que espera para os próximos dias que o sistema de saúde estadual não seja capaz de atender a demanda de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento dos infectados e suspeitos de infecção.
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O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), já afirma que o sistema de saúde da capital amazonense entrou em colapso e não tem mais capacidade de suprir as demandas.
“Ela [rede hospitalar] entrou em colapso, não está mais sendo capaz de dar vazão à demanda por tratamento de covid, contra o coronavírus. A cirurgias eletivas de todos os hospitais, aquelas que se machucou o joelho, tem problema no ombro, coração, câncer, vão sendo adiadas em razão dessa luta e mobilização de todos contra o coronavírus”, disse em vídeo publicado segunda-feira nas redes sociais.
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Foram 106 novos casos confirmados de infectados com coronavírus no estado na segunda-feira (6). Nesta terça-feira (7) foram confirmados mais 104 casos, o que totalizou 636 casos confirmados. Destes, 23 mortes estavam confirmadas nesta terça-feira. Há ainda 860 casos suspeitos pendentes de avaliação.
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Boletim publicado no último sábado (4) pelo Ministério da Saúde inclui Amazonas entre os estados com casos de aceleração descontrolada da doença. Também fazem parte desta lista o Distrito Federal, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
O secretário estadual de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, disse na segunda-feira que ainda não há colapso no sistema de saúde do estado, mas que isso deve acontecer nos próximos dias:
“O sistema de saúde do estado do Amazonas ainda não entrou em colapso nessa ideia de que não existem leitos de UTI para aqueles que precisam. Entretanto, nosso sistema é limitado, hoje eu falo isso, mas amanhã esses números podem aumentar. Se aumentando haverá uma maior probabilidade de ocupação desses leitos. Se eu pudesse colocar de uma escala de 0 a 100, hoje estamos próximos de 95%, ou seja, 5% [disponível], ou seja, uma capacidade vazia de leitos de UTI”.
O secretário também alertou para o aumento de número de doenças respiratórios além do coronavírus e deu como certa a falta de capacidade do estado de atender ao aumento do número de casos.
“A gente não deve pensar somente na ocupação de leitos de UTI, precisamos entender que estamos em um período sazonal, um período que além do coronavírus, temos outros vírus que produzem síndrome respiratória aguda. Temos metapneumovirus, adenovirus, influenza A, B, que se confundem com os quadros clínicos do covid-19. Nossos leitos estão sendo ocupados tanto pelos casos confirmados de covid-19, como pelos suspeitos e em investigação. Como se não bastasse tudo isso, o covid veio para anunciar que provavelmente nosso sistema possa entrar em colapso nos próximos dias”.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas divulgados na segunda, são 82 casos confirmados que estão sendo atendidos nos hospitais.
Na rede privada estão internadas 45 pessoas confirmadas com a doença, sendo 23 em leito clínico, caso menos graves, e 22 na UTI. Na rede pública estão internadas 37 pessoas, das quais 21 estão em leitos clínicos e 26 na UTI.
Além deles, há 144 pacientes com suspeita de covid-19 que também estão sendo atendidos. 49 estão em hospitais particulares, destes, 20 em leitos clínicos e 29 na UTI. Nos hospitais públicos estão internados 95 pacientes, sendo 83 em leitos clínicos e 12 na UTI.
Os atendimentos no estado estão sendo concentrados no principal hospital público do estado, o Delphina Aziz. Também há a intenção de usar o hospital da universidade privada Nilton Lins, que está desativado, para ampliar a capacidade de atendimento de leitos.
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