Morreu na madrugada desta terça-feira (21) o jornalista, escritor e dramaturgo Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha de S.Paulo. Aos 61 anos, Otavio lutava contra um câncer no pâncreas desde o fim do ano passado e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O velório ocorrerá no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (SP). A cerimônia de cremação está prevista para as 13h30.
Mentor do Projeto Folha, projeto editorial inovador que levou o jornal a se consolidar como um dos principais do país na década de 1980, ele esteve no comando da Folha por 34 anos. Com o projeto, o jornal assumiu o compromisso de fazer um “jornalismo crítico, apartidário e pluralista”.
Otávio começou a trabalhar na redação em 1975, aos 18 anos, escrevendo editoriais. Assim que assumiu a direção, aos 26, levou o jornal a aderir ao movimento das “Diretas já”. Em 2014, admitiu que o apoio dado pela Folha à ditadura quando era comandada por seu pai, Otávio Frias, foi um erro.
“Às vezes se cobra desta Folha ter apoiado a ditadura durante a primeira metade de sua vigência, tornando-se um dos veículos mais críticos na metade seguinte. Não há dúvida de que, aos olhos de hoje, aquele apoio foi um erro.”
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Otávio Frias Filho criou o Manual de Redação da Folha e introduziu a figura do ombudsman, crítico interno do jornal, em 1989. Também foi um incentivador do Datafolha, instituto de pesquisas do Grupo Folha. Formado em Direito, o jornalista também escreveu seis peças de teatro e livros como Queda livre, De ponta cabeça e Seleção natural – Ensaios de Cultura e Política.
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