Nada será como antes em 2019. E, para o jornalismo, a missão será árdua. Vivemos hoje uma prévia das mudanças na comunicação deste novo cenário que se desenhou durante as últimas eleições. Com o uso maciço das redes sociais na campanha do presidente Jair Bolsonaro, a imprensa perdeu o protagonismo de ser a mediadora do processo informativo e terá que se reinventar para inverter essa nova lógica de que a informação precisa cada vez menos de mediadores tradicionais para circular. É necessário resgatar a credibilidade.
Nessa nova ótica, “políticos, de um lado, apresentam cenários que mais lhes interessam. Do outro, o público recebe uma narrativa que melhor representa o seu modo de pensar. Tudo isso passando ao largo do jornalismo e sua função mediadora”. Essa é uma das principais constatações da terceira edição do projeto realizado pelo Farol Jornalismo e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que convidou jornalistas e pesquisadores a projetar o novo cenário para a mídia em 2019. O resultado deste estudo está na edição especial “O Jornalismo no Brasil em 2019”.
O estudo revela que, com a credibilidade em baixa, o jornalismo terá que mexer no seu “modus operandi”. Será necessário aprofundar sua relação com o público, aumentar a transparência e investir mais em diversidade e colaboração. Apesar do futuro revelar um horizonte de grandes desafios mas também de grandes oportunidades é preciso despertar para o novo e construir um “novo contrato de confiança com a sociedade”.
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O chamado “journalytics” revela a necessidade de olhar com atenção para as informações produzidas pelos usuários – um jeito eficiente de conhecer melhor o público.
Consultoria auxilia na busca por valores em 2019. Veja tendências para o ano
2019 será o ano em que vamos ter que refletir sobre o que tem valor e relevância para o planeta, para as empresas e para cada um de nós. Será tempo de fazer uma “dieta digital”, uma faxina geral de longo prazo para decidir o queremos para nossas vidas. Essas são as principais tendências previstas para o novo ano, “Trends 2019”, da consultoria de design Fjord-Accenture. Focada nas tendências do ano, nossa consultoria de comunicação auxilia a desenvolver valores eficientes para os clientes.
Trata-se de uma visão geral das diretrizes e drivers para os próximos 12 meses. A avaliação é que, após duas décadas de rápido crescimento tecnológico e de inovação, o mundo está hoje num ponto de inflexão tecnológico, político e ambiental. Além da demanda por recursos do planeta, há uma demanda por dois valores preciosos para todos nós: tempo e atenção.
Em 2018, a realidade sintética atingiu níveis de sofisticação, uma evolução dos conceitos de realidade virtual ou ampliada.
P – E então, o que está por vir?
R – A adoção por organizações de um novo “ethos” de design que coloque o valor humano no centro da inovação.
O design consciente é crescente na agenda das empresas de tecnologia. Outras organizações terão de seguir o mesmo caminho, mas para isso precisam aprender novas maneiras de construir relacionamentos e lealdade com consumidores. Novos produtos serão alimentados por inteligência artificial; outros serão guiados para uma mudança para a economia circular e novas normas culturais em torno de dados, identidade e bem-estar.
A consultoria dá quatro grandes linhas de sugestões para o futuro imediato:
• Focar na experiência de fazer a diferença;
• Pensar além de sua marca ou negócio, colaboração para seguir em frente;
• Contar suas histórias;
• Transformar o desperdício em riqueza e a sustentabilidade como medida de valor além do resultado financeiro.
Media Training pode evitar arrependimentos. Veja caso de procurador no Twitter
Logo depois da decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello mandar soltar os condenados presos em segunda instância, o procurador da República do Paraná Adriano Barros Fernandes disse que “basta um jipe, um cabo e um soldado para fechar a corte”. Em sua conta no Twitter ele completou: “Coitado de você que achava que o plenário era soberano”. Ele apagou o post logo depois. No nosso curso de media training, abordamos o cuidado que representantes públicos precisam ter ao postar nas redes sociais.
A frase do procurador é uma referência à declaração feita em outubro por Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente eleito Jair Bolsonaro. Em uma palestra, ele disse que bastavam “um cabo e um soldado” para fechar o Supremo.
Ao ser procurado pela Folha, o procurador alegou que estava fazendo uma “brincadeira”, negando a intenção de fechar o Tribunal. “Pelo amor de Deus, foi um momento de fazer uma ironia, uma brincadeira”, afirmou.
O episódio é mais um exemplo da importância de adoção de boas práticas de uso das redes sociais e da necessidade de avaliar o impacto. No caso da repercussão negativa da declaração do filho Eduardo, Jair Bolsonaro disse que havia repreendido o parlamentar: “Eu já adverti o garoto, o meu filho, a responsabilidade é dele. Ele já se desculpou”.
O artigo é sábio ao reconhecer a crise na mídia e sua absoluta falta de credibilidade, mas passa longe de um diagnóstico capaz de alterar o problema.
Há uma crise de confiança na imprensa, muito justificada. Veja o caso das últimas eleições, em que os jornalistas fizeram campanha grosseira contra um candidato e favorável a todos que a ele se opuseram, querendo impô-los na marra ao público que já havia se decidido. O papel da imprensa é simplesmente o de informar, não o de fazer militância política. E, como esta militância (pró-esquerda) é muito descarada, as pessoas não confiam mais na mídia, pensam estar lendo algo enviesado, propaganda ao invés de informação.
O problema vem da base. Totalmente idiotizados na faculdade, os jornalistas saem do ensino superior indignos desse nome, na condição de verdadeiros militantes. Acham que têm a função de modificar o rumo da história, de fazer justiça social, de promover ideologias, dentre outras bobagens. Falta jornalista fazendo jornalismo! Pessoas cientes de que sua função é somente a de transmitir a informação, com a maior isenção possível. Isso significa, inclusive, tratar de tudo, não somente daquilo que é conveniente para alimentar determinada pauta do interesse do profissional.
Não é função do jornalista formar opinião do público. Seu papel é o de relatar fatos, e a partir deles o público forma a opinião que quiser.