Os integrantes da comissão externa do Senado que vai acompanhar os incêndios no Pantanal vão viajar até Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para auxiliar na definição de medidas de enfrentamento às queimadas do bioma. Instalado nesta quarta-feira (16), o colegiado, que deve funcionar por 90 dias, começará as visitas no próximo sábado (19) pelos municípios mato-grossenses de Poconé e Porto Cerrado.
Formada pelos três senadores de Mato Grosso do Sul – Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL) – e presidida por Wellington Fagundes (PL-MT), a comissão também promete mudanças legislativas para coibir a ação criminosa contra o meio ambiente. Os incêndios, já atingiram até o momento 20% do Pantanal, consumindo 3 milhões de hectares, destruindo vegetação e provocando a morte de milhares de animais.
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“Praticamente não temos ação de realização. Agora não é momento de pressionar, mas unir esforços para enfrentar o problema, apurar se houve ação criminosa. Não quero fazer juízo de valor sobre a atuação do governo sem antes avaliar a situação”, disse ao Congresso em Foco Premium o relator do colegiado, Nelsinho Trad.
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Já a senadora Simone Tebet defende que o colegiado apresente, ao final dos trabalhos, propostas legislativas. As primeiras diligências em Mato Grosso do Sul devem ocorrer na próxima semana na região de Corumbá, que está tomada por cinzas das queimadas.
“Esta comissão é pequena porque ela tem de ser proativa, rápida, emergencial. Ela vai apresentar para o país, através de uma legislação, de um Estatuto, seja do que for, uma saída, uma solução, para que no ano que vem nós possamos estar comemorando a vida que pulsa no Pantanal”, disse a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para ela, o problema no Pantanal é resultado de ações criminosas. “É a mão do homem no momento errado, na hora errada, como está acontecendo”, afirmou.
PublicidadeNas visitas aos dois estados, os senadores farão sobrevoos sobre as regiões mais destruídas, visitarão, além de moradores, equipes de resgate de animais, proprietários de fazendas e pousadas, ONGs e cientistas.
Segundo Simone Tebet, os incêndios no Pantanal uniram fazendeiros e ambientalistas. “Não imaginava que viveria para ver o início da união de entre ambientalistas e ruralistas, apresentando propostas para a questão do desmatamento da Amazônia. Muito dessa seca do Pantanal advém do que ocorre na Amazônia”, considerou.
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