Foi adiado o julgamento em segunda instância do processo em que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é acusado de adulterar mapas do Plano de Manejo da Várzea do Rio Tietê. O ministro foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa, mas recorreu. A nova data para o julgamento no Tribuunal de Justiça de São Paulo estava marcada para o dia 3 de setembro, porém, o ministro pediu a inclusão de um novo parecer, o que foi acatado pelo desembargador Nogueira Diefenthaler, que também retirou de pauta o julgamento.
A data havia sido definida após o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), encaminhar um ofício para o TJ-SP, cobrando o andamento do processo. Porém, com a retirada de pauta, não há definição de data.
“O julgamento em segunda instância do senhor Ricardo Salles por improbidade administrativa se tornou uma questão de interesse público desde a reunião ministerial de 22 de abril, quando revelou seu plano de aproveitar a pandemia para ‘passar a boiada’ da desconstrução da política ambiental brasileira”, declarou Molon ao Congresso em Foco.
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Segundo afirmou o então coordenador do setor de Geoprocessamento e Cartografia da Secretaria Estadual do Meio Ambiente durante a gestão de Salles à frente da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, Victor Costa, o hoje ministro ordenou a adulteração de mapas. “Esse pedido veio para que eu alterasse os mapas sem mostrar. Fraudar. Não colocar nome, data. Não mudar nada na legenda. Apenas mudar as cores”, afirmou Victor ao The Intercept em fevereiro de 2019.
Na condenação em primeira instância, Salles perdeu os direitos políticos por três anos e foi estabelecido que ele pagaria multa civil. Se condenado em segunda instância, Salles não poderá mais ocupar o cargo de ministro.
O Congresso em Foco procurou a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente, mas até o momento nenhuma resposta foi encaminhada. O espaço segue aberto.
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