O grupo de hackers preso pela Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (23), não conseguiu capturar os dados do celular funcional da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apesar de várias tentativas de invasão. O Ministério Público Federal informa que os ataques foram identificados, em maio, pela Secretaria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Stic) após abertura de procedimento administrativo, aberto após as invasões nas contas da rede Telegram de integrantes da força-tarefa Lava Jato em Curitiba e no Rio de Janeiro.
Além de Dodge, o presidente Jair Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão entre os mais de mil celulares hackeados – entre outras autoridades públicas.
Após análise do caso da procuradora-geral, técnicos da área de tecnologia constataram que, diferentemente de outros celulares que tiveram o aplicativo de mensagens invadido, o de Raquel Dodge estava com a caixa postal desativada – o que acabou frustrando a tentativa dos hackers.
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Com a confirmação de que Raquel Dodge era alvo dos hackers, houve a troca de linhas telefônicas e ações de comunicação interna para que usuários habilitassem a dupla verificação das contas do Telegram e passassem a utilizar um comunicador interno da Procuradoria Geral da República.
Durante o procedimento, foram identificados ataques a aparelhos usados por 25 integrantes do Ministério Público em todo o país. A apuração interna revelou que menos da metade foi efetivamente comprometida.
Dodge determinou a elaboração de portaria – em vigor – que oficializa o eSpace como ferramenta de comunicação oficial. As informações foram compartilhadas com investigadores da Polícia Federal. Além disso, a PGR solicitou a abertura de inquérito para identificar os responsáveis pelos ataques hackers. Leia aqui a íntegra do despacho de Raquel Dodge.
Publicidade>> Ministério da Justiça: Celulares de Bolsonaro foram alvo de hackers
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