A Copa do Mundo terminou deixando para todos nós, brasileiros, e para o mundo inteiro, a lição de que venceu o melhor time, aquele que se preparou com mais cuidado, que soube lidar melhor com as pressões, que nunca perdeu o foco e que – talvez o maior diferencial de todos – foi o mais confiante na própria capacidade de vencer, um a um, os sete desafios para conquistar a Taça pela quarta vez em sua história. A Alemanha teve aquele “algo a mais” que faltou a todos os adversários na hora de decidir as partidas, em especial à Argentina, que não soube converter em gols as oportunidades que surgiram para ela na grande final e acabou levando o golpe fatal quando faltavam poucos minutos para o término da prorrogação.
Na verdade, a vitória alemã na decisão era quase uma certeza, sobretudo depois da goleada de 7 a 1 que o time impôs sobre o Brasil. Nesse e em todos os jogos anteriores, a seleção da Alemanha exibiu um futebol extraordinário, muito superior ao que a Argentina vinha jogando, e esbanjou qualidades técnicas e táticas que a credenciaram como grande favorita para a final. E o resultado não poderia ter sido diferente, até mesmo porque a sorte também esteve ao seu lado. Os alemães escaparam de levar um gol de Higuain e outro de Messi antes da prorrogação, o que teria, injustamente, mudado a história do jogo e da Copa. Se pelo menos uma dessas bolas tivesse entrado no gol de Manuel Neuer, o melhor goleiro desse Mundial…
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A vitória dos jogadores alemães nos ensina – e a lição é perfeita para quem estuda para concurso público – como é importante lutar por um objetivo com todas as forças de que dispusermos, e até mesmo recorrer a reservas de energia que às vezes nem supomos possuir, para vencer as dificuldades que se apresentam em nosso caminho. Isso me faz lembrar um lance de Alemanha x Argentina, em que um jogador alemão saiu de campo com o rosto ensanguentado, depois de sofrer falta desleal de um argentino. O atleta, um dos mais importantes para a seleção, já ia ser substituído, mas voltou ao campo depois de medicado e jogou até o fim, como se nada tivesse acontecido.
Hoje, acredita-se que muito do sucesso dos jogadores alemães se deve à dedicação com que a equipe se preparou na cidade de Santa Cruz de Cabrália, paradisíaco recanto baiano à beira-mar. Ali, em vez de se fechar numa concentração apenas para comer, dormir e treinar, os integrantes da seleção interagiram com a população, se interessaram em conhecer os costumes locais, participaram de danças indígenas e conquistaram a simpatia dos habitantes, demonstrando sempre bom humor. O comportamento foi bem diferente do de outras seleções, até mesmo da brasileira.
Há muito que aprender com a maneira de ser dos novos campeões do mundo durante sua estada no Brasil, dentro e fora do campo. Sobretudo, deve-se ter em mente que nada do que relatei aconteceu por acaso, como ressaltam os jornalistas esportivos que cobriram a Copa e conhecem bem o futebol alemão. Na verdade, segundo eles, tudo começou há dez anos, com um trabalho de massificação do futebol do país, para recrutar novos talentos e preparar os jovens para as futuras seleções. O próprio técnico Joachim Löw está há dez anos participando de tudo isso, tendo começado como assistente de Jürgen Klinsmann e assumido o cargo quando este se transferiu para a seleção dos Estados Unidos.
É importante relembrar esses fatos. Eles demonstram que uma preparação bem conduzida e de longo prazo, mais cedo ou mais tarde, leva ao o sucesso desejado. Isso vale tanto para os esportes como para concursos públicos. Não há exagero algum em tal comparação. Basta notar que, nesses dez anos de trabalho, a Alemanha não havia conquistado nenhum título nas competições de que participou, fossem elas europeias ou mundiais. Mas os jogadores não desistiram. Pelo contrário. Eles mantiveram o foco, cientes de que a Copa no Brasil seria o ápice de todo esse esforço. O Mundial de 2014 seria o momento quando, finalmente, o time estaria em condições de alcançar o ambicionado tetracampeonato, ficando a apenas um título do maior ganhador de todos os tempos, o anfitrião e pentacampeão Brasil.
Considero muito bonita essa história de a Alemanha ter sido campeã do mundo no Brasil. Acho que ela pode servir de inspiração para quem está disposto a alcançar um objetivo grandioso na vida profissional, como, por exemplo, a aprovação em um concurso público. Eu poderia resumir a questão em apenas uma frase:
Basta fazer a coisa certa, assim como os alemães fizeram.
Quem quer ter sucesso como concurseiro tem de agir como Mário Götze, o atacante que saiu do banco de reservas para marcar um dos gols mais bonitos da Copa, justamente o gol do título da Alemanha. Quando a jogada começou, do lado esquerdo do campo, ele se dirigiu para a área, já sabendo o que iria fazer se a bola chegasse aos seus pés. O cruzamento só poderia ser completado de primeira, sem deixar que a bola tocasse o chão, única maneira de surpreender o excelente goleiro argentino, que, até então, se mostrava imbatível. O atacante alemão não hesitou um momento sequer ao concluir com um chute certeiro e indefensável para as redes argentinas. A autoconfiança que o jogador teve naquela hora foi decisiva para o sucesso do lance.
É nisso que o concurseiro deve se inspirar. Quando chegar o momento, ele precisa tomar a decisão certeira. Se ele se preparou de forma correta, se estudou todas as matérias do concurso como deveria, se está mental e fisicamente em condições de enfrentar uma maratona de várias horas de prova, tal como os craques alemães enfrentaram os 120 minutos da partida decisiva, pode ter certeza de que fará também o seu gol da vitória. E então, a exemplo de Mário Götze, é só correr para o abraço e comemorar o seu feliz cargo novo.
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