Ninguém em sã consciência coloca em dúvida os benefícios da educação. Eis aí, sem dúvida alguma, a base de toda e qualquer nação que se pretenda vencedora. Sem educação não dá!
Por conta desta premissa, nunca se investiu tanto nesta área ao redor do planeta. Em tempos de crise, corta-se o orçamento da previdência social, busca-se a redução dos gastos em transporte ou energia e parte-se até mesmo para o contingenciamento das despesas com segurança pública. Isto tudo a sociedade aceita. Amuada e emburrada, mas aceita. Porém, está para surgir um governo que fale em restringir a verba da educação – isto povo nenhum admite, pois se trata de investir no futuro. Eis aí um sacrifício ao qual todos nos dispomos – podemos morrer em estradas esburacadas ou assaltos, mas respeite-se o futuro da nação.
Daí ser o orçamento da educação algo sagrado. No Brasil, por exemplo, ele virou até preceito constitucional – e daqueles intocáveis, que governante algum ousa questionar. Assim, seja pelo custo, seja pela importância, há que se ter, nesta área, um espírito prático e público excepcional, inspirado sempre pelos mais altos interesses nacionais.
Fiquei a pensar nisso há poucos dias, quando li os resultados de uma longa pesquisa sobre a quantidade de pressão necessária ao processo de defecação dos pinguins. Pesquisadores de duas universidades, uma alemã e outra húngara, uniram esforços e constataram, ao cabo de longos e custosos estudos, que um pinguim com 60 cm de altura é capaz de expelir suas fezes a uma distância de até 40 cm, quando posicionado no alto de um ninho com 5 cm de altura. Por falar em pinguins, pesquisadores britânicos constataram, em seguida a exaustiva investigação financiada pelo governo, que os mesmos olham para o céu sempre que um helicóptero ou avião passa sobre suas cabeças.
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Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, constataram que as galinhas preferem seguir pessoas cujas faces sejam bonitas. Eles explicaram que “em testes, os animais demonstraram preferência pelas faces compatíveis com as preferências sexuais humanas, obtidas através de levantamentos junto a estudantes”.
Já na Espanha a preocupação de alguns luminares era a temperatura ideal para a realização de testes sônicos em queijos tipo “cheddar”. A conclusão foi precisa: entre 0 e 17 graus centígrados. Enveredando por temas outros, dois expoentes norte-americanos estudaram durante razoável lapso de tempo, e em 49 áreas metropolitanas, a relação entre a música “country” e os índices de suicídio entre a população branca.
Há também um estudo, originário de uma universidade holandesa, segundo o qual por volta de 2050 será legalizado o casamento entre humanos e robôs. Previu-se, através de detalhadas pesquisas e projeções, que em um futuro próximo os robôs serão tão parecidos com os seres humanos que relacionamentos amorosos surgirão e deverão ser legalizados.
Para não ficar atrás deste pessoal em termos de espírito prático e objetividade, talvez o Brasil devesse enviar ao exterior seus filhos mais brilhantes, para que se especializassem em vulcanologia, alimentação espacial ou até mesmo – quem sabe? – futebol! Mesmo porque não encontrei ainda nenhum estudo sério sobre a influência do soluço do urubu na formação das correntes aéreas, ou acerca do impacto do repolho azedo no apetite das taturanas de peito rosado. Isto é surpreendente – afinal, em se tratando de educação não se pensa em dinheiro!
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