Como comentamos desde o início da semana no Insider, o canal exclusivo para assinantes, o episódio do adiamento da nota do mundo empresarial e financeira que vinha sendo capitaneada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acabou explicitando mais o grau de insatisfação dos segmentos com o governo Jair Bolsonaro e a situação de crise institucional crônica que ele provoca do que se a nota tivesse sido publicada.
Primeiro, porque, ainda que adiada por iniciativa solitária do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o conteúdo da nota acabou se tornando público. E acabou se tornando público porque a nota foi vazada por signatários que não aceitaram o recuo de Skaf, a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). E finalmente porque tornou-se conhecido, graças ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que as maiores insatisfações vieram do mundo financeiro, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) que, segundo o ministro, queria fazer uma nota ainda mais dura.
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A nova nota divulgada na noite de quinta-feira pela Febraban acaba por confirmar tudo isso. Para não deixar dúvidas, a federação reafirma seu apoio ao texto do manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, a nota conjunta que Skaf adiou mas que acabou se tornando conhecida. E aponta ainda para a contrariedade dos banqueiros com a atitude solitária de Skaf quanto ao adiamento.
Leia a íntegra da nota divulgada pela Febraban nesta quinta:
“A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reafirma o apoio emprestado ao manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.
A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.
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