Vinicius Lummertz *
A mudança de um governo e o início de uma legislatura é sempre um momento de renovação de esperanças e de avaliação para traçar os novos rumos para o desenvolvimento da nação. O crescimento econômico e, consequentemente, o combate ao desemprego que atinge milhões de brasileiros figuraram entre as principais bandeiras desta eleição. Outro item de destaque na agenda política também vinculado aos primeiros é a crise na segurança pública que aflige e deixa marcas profundas em toda a sociedade.
Nada mais justo que nos debruçarmos sobre o tópico que tem impacto direto sobre todas as questões que preocupam nossa sociedade: o desenvolvimento econômico do país. É chegado o momento de abrir os olhos para as oportunidades que se apresentam como instrumento para a geração de emprego e renda no país, aliado ao desenvolvimento regional. O turismo reúne todas as condições para liderar um novo ciclo de desenvolvimento econômico no Brasil. Para que o setor desenvolva todo o seu potencial, é urgente que ele seja tratado com a seriedade e o foco que merece. Nossos diferenciais não se transformam em produto turístico por geração espontânea.
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O turismo foi responsável por um em cada cinco empregos gerados no mundo na última década de acordo com estudos elaborados pela Oxford Economics sob encomenda do Conselho Mundial de Viagens (WTTC). O número ainda causa espanto para quem não conhece a dimensão do setor que representa 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, movimenta US$ 8,3 trilhões e representa 30% das exportações de serviços. Alguns países já puderam conferir a força da atividade para impulsionar recuperação econômica, caso de Portugal e Espanha.
O Brasil reúne vantagens competitivas que o diferencia de destinos que lideram o ranking de receptivo no mundo. Somos o número um em atrativos naturais e o oitavo em atrativos culturais. Temos uma imensidão de paisagens, clima e cultura que atendem aos mais variados perfis de viajantes. Com a adoção de medidas acertadas como a desburocratização do setor e redução de impostos para a atração de investimentos, as perspectivas para a atividade no país são enormes. Temos condições de, em quatro anos, criar 2 milhões de empregos, inserir 40 milhões de brasileiros no mercado de viagens e injetar US$ 19 bilhões no país só pelo comércio.
Só os números já dão argumentos suficientes para o turismo entrar na pauta prioritária do país como um todo e na agenda legislativa especificamente. Mas a transformação possível por meio do turismo é ainda maior, uma vez que ele tem um efeito cascata em mais de 50 atividades. Estamos tratando de um vetor capaz de acelerar a inserção de jovens no mercado do trabalho, aumentar a autoestima da população, ajudar na conservação dos patrimônios histórico, artístico e cultural e contribuir para a paz, o entendimento e a tolerância entre as pessoas.
Publicidade* Ministro do Turismo e cientista político pela Universidade Americana de Paris.
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