Juntamente com outras sete organizações e personalidades do Distrito Federal, o Congresso em Foco recebeu o Prêmio Beijo Livre de Direitos Humanos LGBT 2019. O nome da premiação é uma referência ao grupo Beijo Livre, criado há 40 anos em Brasília pelo jornalista, ator, teatrólogo e ativista dos direitos LGBT Alexandre Ribondi.
O prêmio faz parte do festival Brasília Orgulho, que antecede a Parada do Orgulho LGBT, que será no próximo domingo (14), com concentração marcada para as 14h em frente ao Congresso Nacional. Segundo os organizadores, a manifestação reuniu ano passado mais de 100 mil pessoas, sendo a terceira maior do gênero no país, superada apenas pelas paradas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Eis a lista de pessoas e organizações homenageadas no Prêmio Beijo Livre 2019:
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Baby Brasil (Ativismo)
Campanha Livres & Iguais (Educação)
Congresso em Foco (Comunicação)
Conselho de Direitos Humanos do DF (Cidadania)
Fábio Felix (Política)
Igreja Anglicana do DF (Contribuição)
Instituto LGBT+ (Cultura)
Paula Benett (Gestão Pública)
No caso do Congresso em Foco, a homenagem se deve ao fato de ele ter encampado, três anos atrás, a luta pelos direitos LGBT, como uma extensão natural do seu compromisso com a democracia e com os valores fundamentais da Constituição Federal em vigor. “Gostaríamos de dedicar mais espaço a essa temática, que consideramos um divisor de águas no atual contexto da batalha por democracia. Fazemos o que conseguimos, dentro da realidade de um veículo independente, que possui recursos orçamentários limitados, uma pequena equipe e que tem como foco principal, obviamente, cobrir as atividades do Congresso e a política”, afirma Sylvio Costa, fundador do site, que recebeu o prêmio em nome do Congresso em Foco.
Um dos momentos mais aplaudidos do evento, realizado na noite dessa segunda-feira (8) no hotel Mercure, foi a entrega do prêmio ao bispo Maurício de Andrade, que neste ano celebrou o primeiro casamento homoafetivo da Igreja Anglicana em Brasília. “Não cabe à igreja excluir ninguém. O amor de Deus é para todos”, disse ele.
Michel Platini, coordenador-geral do festival e colunista do Congresso em Foco, ressaltou a importância da parada neste ano. “Além de comemorarmos 40 anos do movimento Beijo Livre, que surgiu aqui em Brasília, a parada tem como tema 50 anos de Stonewall, que é um marco na luta pelos direitos LGBT em todo o mundo”, destacou, referindo-se à rebelião LGBT em um bar de Nova York que pela primeira vez chamou a atenção global para a discriminação sofrida por gays, lésbicas e outras pessoas que não se identificam com os padrões de gênero convencionais.
Welton Trindade, coordenador do festival e batalhador pelos direitos LGBT há 19 anos, destaca o avanço ocorrido ao longo dessas duas décadas de ativismo: “Queríamos o respeito à identidade de gênero, a criminalização da LGBTfobia e a aceitação do casamento homoafetivo e conseguimos as três coisas. O Brasil é o país que está hoje mais avançado em direitos LGBT. Essa base legal é fundamental e nós conquistamos. A partir daí é a efetivação. Claro que temos problemas, temos um presidente que é contra, mas nunca vai estar tudo pronto. O que importa é o quanto avançamos”.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) encerrou o evento defendo o respeito à diversidade de comportamento e de amor: “Gosto muito do nome desse prêmio, beijo livre. No momento em que o ódio veste paletó e gravata e até põe a faixa presidencial, não podemos esquecer que o beijo tem que ser livre. Contra o ódio deles, deixemos nossa mensagem de amor. Não permitamos jamais que aprisionem os nossos beijos”.
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