A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificou ao Congresso em Foco como crime contra a Constituição a fala do líder do PSL na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (SP), de que se a a “esquerda radicalizar” será posto em prática o regime de restrições democráticas vivenciado na Ditadura Militar conhecido como Ato Institucional número 5.
A petista cobrou manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sobre o assunto.
“É criminosa contra a Constituição. Ele é filho do presidente. Já fez um discurso neste sentido é agora escancara a posição. Isso é atentado à democracia. Mais do que a oposição, precisamos da manifestação firme dos presidentes da Câmara, Senado e STF contra essa manifestação criminosa. É preciso garantir a democracia que estamos construindo no Brasil”, disse a deputada federal pelo PT do Paraná.
O site também ouviu outros representantes da oposição. Também já se manifestaram contra a fala de Eduardo o MDB, DEM, PSDB e a ala do PSL ligada ao presidente do partido, Luciano Bivar.
Leia também
O terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro fez o comentário durante entrevista para a apresentadora Leda Nagle.
“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, defendeu.
O ex-ministro da Justiça no governo de Dilma de Rousseff (PT) José Eduardo Cardozo disse se preocupar com o teor da fala de Eduardo. “Acho extremamente preocupante, por vir de um parlamentar que jurou obediência à Constituição e de um filho muito próximo do presidente da república”, falou.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não teria coragem de implantar um golpe de estado e acabar com o processo democrático no país, mas afirmou que a declaração de Eduardo é “a cabeça política de quem sempre adulou e adora a Ditadura”.
O dirigente do PSB, Carlos Siqueira, vê com preocupação a fala do líder do PSL. “Para mim apenas confirma as intenções inegavelmente autoritárias do governo Bolsonaro. Portanto, é extremamente preocupante para todos os defensores da democracia”, declarou.
> Eduardo Bolsonaro acena com a volta de ditadura se Brasil repetir o Chile