Durante a sessão do Senado desta quarta-feira (14), a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB-MS), fez seu discurso de despedida da Casa diante da proximidade do fim de seu mandato. Em seu mandato, a senadora chamou atenção para a importância da visibilidade das mulheres na política, e também relembrou as sucessivas crises da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está no fim do seu governo.
“Eu preciso pedir ao Brasil que me escute: que vocês possam dar mais atenção às mulheres que fazem política no Brasil. Vocês vão descobrir talentos, ética, respeito e, acima de tudo, um amor incondicional de mãe e de mulher por este país e por essas pessoas”, declarou a senadora depois de relembrar sua trajetória no Senado, onde foi a primeira mulher a liderar a bancada do MDB e também a presidir a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa.
Ela também reforçou o impacto da atuação feminina no Legislativo. “Os registros do Senado dão testemunho aos avanços na legislação da nossa bancada, não só no combate à violência contra a mulher, mas na nossa luta contra qualquer tipo de discriminação. Ouso dizer que somos de certa forma um espelho desse coletivo democrático em que vivemos”.
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Além de falar sobre o papel das mulheres na política, Simone Tebet relembrou sua atuação na CPI da Covid, quando reforçou sua notoriedade como opositora ao presidente Jair Bolsonaro. “Fiz da minha indignação coragem ao constatar que 700 mil pessoas perderam as vidas. Muitas delas poderiam estar vivas, se não fosse uma política de saúde pública movida pela insensatez, pela insensibilidade e pela omissão”.
Sem citar o nome do presidente, afirmou ter lutado “nesses tempos difíceis do atual governo” para, em parceria com sua bancada, “superar o ódio, a violência, as injustiças, a incúria política e administrativa, o descaso e a omissão que infelizmente marcaram a cena política brasileira”. Em seu discurso, indicou que o principal desafio da próxima gestão será o de retomar os valores estabelecidos no texto constitucional.
Simone Tebet, depois de ficar em terceiro lugar no terceiro turno das eleições presidenciais, aliou-se a Lula (PT), e se tornou militante de sua candidatura. Com a vitória do petista, foi indicada para compor o gabinete de transição. O MDB agora procura garantir sua indicação para um ministério. Esse caminho, porém, está incerto. Em seu último discurso, a senadora disse que pretende seguir atuando na política, independentemente do caminho que for. Com resistências do PT, Simone Tebet é cotada para o Ministério do Desenvolvimento Social. Se não for para essa pasta, outra possibilidade é o Ministério da Educação.
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