Não bastassem a profunda crise moral e a aguda crise econômica, o Brasil está à deriva pelo vácuo de liderança e autoridade deixado pela incompetência política da presidente Dilma. Hoje as interrogações que povoam o ambiente nacional se devem à falta de confiança e credibilidade gerada pelo governo. Até mesmo aqueles que não apoiam o impeachment começam a ver que o país não suportará três anos arrastados sob o comando de uma presidente sem apoio social e parlamentar e sem qualificação para o cargo. Na verdade, esse governo esgotou qualquer possibilidade de continuar liderando o Brasil.
As sucessivas derrotas no Congresso levaram à reforma ministerial, supostamente para dar estabilidade política ao governo. Seria a luz no final do túnel. No pior estilo do “é dando que recebe”, o PMDB abocanhou sete ministérios. A tarefa seria confirmar os vetos presidenciais, aprovar o ajuste fiscal e evitar o avanço do processo de impeachment.
Mas, como Dilma tem o toque de Midas às avessas, qual foi o resultado na semana seguinte? O governo sequer conseguiu reunir os 257 deputados para garantir o quórum para a votação dos vetos no Congresso Nacional, tal a insatisfação reinante, e implodiu o maior bloco de sustentação encabeçado pelo PMDB, com a saída do PP, do PTB, do PSC e do PHS, que formaram um novo bloco com 82 votos. No PMDB, 22 dissidentes dos 66 integrantes da bancada lançaram manifesto contra a participação no ministério do governo petista. Resumo da ópera, o PMDB da Câmara saiu dividido, fragilizado e seu líder completamente isolado e desgastado.
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Mas as trapalhadas de Dilma não pararam aí. O governo tentou intimidar o Tribunal de Contas da União (TCU) e evitar o julgamento das suas contas de 2014, arguindo suspeição do ministro relator Augusto Nardes. Rechaçado, foi ao Supremo tentar cancelar a reunião do TCU marcada para a quarta. O Supremo negou. Com o terreno aplainado, o Tribunal de Contas, em decisão inédita nos últimos 78 anos, rejeitou as contas da presidente Dilma em 2014, em função do abuso da “contabilidade criativa”, agredindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, manipulando o orçamento e realizando gastos superiores à autorização legal, apelidadas de “pedaladas fiscais”, com o intuito claro de ganhar as eleições. No resultado histórico houve unanimidade: 8 x 0.
Para terminar, o Tribunal Superior Eleitoral, também em decisão inédita, resolveu abrir ação de investigação sobre a campanha de Dilma em 2014, por 5 votos a 2, diante dos fortes indícios de uso da máquina pública e de financiamento com dinheiro de corrupção, como já apontava a Operação Lava Jato.
Ufa! Se a reforma ministerial era para instalar um clima de tranquilidade, qual céu de brigadeiro, a semana para Dilma esteve mais para trem fantasma.
Se a presidente Dilma quer descobrir a fórmula para estocar vento (mais uma pérola presidencial em solenidade recente), que o faça rápido, pois o vendaval da mudança indica na direção de seu afastamento.
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