Um grupo de 12 ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus no Distrito Federal é acusado pela instituição de desviar pelo menos R$ 3 milhões em dízimos recebidos de fiéis pela entidade. A suspeita é que o dinheiro desviado tenha irrigado a compra de imóveis de luxo em nome do líder do grupo e tenha ligação com o esquema de pirâmide financeira do chamado “Faraó das Bitcoins”. As informações são do site Metrópoles.
De acordo com a Universal e as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal, os religiosos se organizaram para abrir empresas de fachada e lavar os recursos amealhados com os desvios, principalmente do chamado “Culto dos 318”, reunião de fiéis destinada a empresários e pessoas que desejam melhorar suas vidas financeiras.
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Segundo os investigadores, o líder do grupo é Nei Carlos dos Santos, ex-pastor regional da igreja no Distrito Federal. Em 2020, mesmo recebendo um salário de R$ 2,9 mil, Nei comprou um apartamento avaliado em R$ 2,6 milhões em uma área nobre de Brasília. O imóvel é pago em parcelas mensais de R$ 87,7 mil.
Conforme a reportagem de Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, os 12 pastores têm ligação com o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins, preso pela Polícia Federal em agosto. A Polícia Federal acredita que as movimentações bilionárias feitas pelo Faraó teriam começado com o desvio de ofertas dos fiéis da Universal, supostamente facilitadas por Nei.
“Nesses encontros, foi relatado que eles efetuavam operações financeiras (bitcoin) utilizando dinheiro supostamente desviado proveniente dos dízimos e ofertas. Não à toa que investigado e ex-pastores abriram diversas empresas nos últimos meses”, diz o texto assinado por um advogado da Universal e encaminhado aos investigadores do DF.
Ao mesmo tempo, Nei abriu uma empresa com capital social de R$ 500 mil, no mesmo endereço onde, originalmente, funcionava uma empresa de mineração de bitcoins – hoje investigada pela PF por movimentar cerca de R$ 38 bilhões. Sem conseguir explicar à Iurd como seu patrimônio cresceu tão rápido, Nei foi demitido do cargo de pastor no início deste ano.
O Metrópoles buscou contato com a Igreja Universal, mas a entidade não se manifestou, alegando que o processo tramita em segredo de Justiça. Também foram feitos contatos com Nei Santos e as defesas de Glaidson e a GAS Consultoria e Tecnologia, mas eles não se manifestaram. Os demais 11 pastores investigados não foram localizados.
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