A CPI mista que investigará a atuação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, magistrados, jornalistas e parlamentares como o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO) será criada amanhã (19) de manhã. Segundo anunciou hoje (18) a presidenta em exercício do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), haverá prazo até a meia-noite de amanhã para os parlamentares retirarem suas assinaturas ou incluírem novos apoios ao requerimento de criação da comissão de inquérito. Até hoje, havia assinaturas de 362 deputados e 67 senadores.
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Na semana que vem, a CPI deve ser instalada com a eleição de seu presidente – provavelmente um senador do PMDB – e a escolha do relator – possivelmente deputado do PT. Rose deu prazo até terça-feira para os líderes indicarem os membros da comissão. A partir da instalação, que deverá acontecer na próxima quarta-feira (25), os trabalhos poderão se iniciar, com requerimentos para obter documentos das Operações Las Vegas e Monte Carlo, investigações da Polícia Federal que desvendaram a rede de contravenção montada por Cachoeira, quebra de sigilos fiscais, bancários e telefônicos e convocar testemunhas e acusados.
O líder do DEM, ACM Neto (BA), já indicou os deputados Onyx Lorenzoni (RS) e Mendonça Prado (SE) para compor a comissão. Ele defende que a escolha dos membros seja feita até amanhã para que a comissão já comece a funcionar na terça-feira que vem (23). Mas nem todos concordam. O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), afirma que vai usar todo o prazo disponível para indicar o relator e os demais petistas da comissão.
Não é encenação
Rose de Freitas disse esperar que a comissão trabalhe de fato e que não haja empecilhos à investigações. “Não é uma CPI de encenação”, afirmou ela, na tarde de hoje (18), depois de reunião com o presidente da Câmara e líderes da base e da oposição.
A investigação deve apurar ainda as relações da construtora Delta, que tem negócios com o governo federal e com os governos de Goiás (Marconi Perillo, PSDB), Distrito Federal (Agnelo Queiroz, PT) e Rio de Janeiro (Sérgio Cabral, PMDB). As gravações e documentos das operações da Polícia Federal citam Demóstenes e deputados de Goiás, como Rubens Otoni (PT), Carlos Alberto Leréia (PSDB), Sandes Júnior (PP) e Jovair Arantes (PTB).
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