A FW Comunicação, empresa de Fábio Wajngarten, chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), mantinha um contrato com a Igreja Universal, de Edir Macedo, que rendia R$ 25,6 mil mensais à companhia. Após Wajngarten assumir o comando da Secom, o contrato foi aditado e chegou a R$ 35 mil, um aumento equivalente a 36%. Com isso, a Universal responde pela maior fatia entre as 11 clientes da empresa. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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Na gestão de Bolsonaro, com Wajngarten à frente da Secom, a emissora Record, do bispo Edir Macedo, e outras emissoras clientes da FW passaram a receber percentuais maiores de publicidade da Secom.
As informações obtidas pela Folha estão na planilha entregue pela defesa do secretário à Comissão de Ética Pública da Presidência, que arquivou o caso sem abrir uma investigação.
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O colegiado acolheu a argumentação feita por Wajngarten sobre a inexistência de conflito de interesse entre chefiar a Secom enquanto a empresa FW, da qual é dono de 95% das cotas, recebia recursos de TVs e agências contratadas por órgãos do governo incluindo a própria Secom.
Segundo a reportagem, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o secretário da Secom. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar possíveis crimes de corrupção, peculato e advocacia administrativa.
Após Wajngarten assumir a Secom, a igreja Universal passou a responder por 22,3% das receitas FW, que, com 11 clientes, tem faturamento total de R$ 156,8 mil mensais, aproximadamente 10 vezes mais do que o seu salário do secretário.
Além da Universal, a Record pagou R$ 12,5 mil mensais, por meio de contrato, até dezembro do ano passado. Os documentos mostram que em agosto do mesmo ano, a TV desembolsou R$ 94,8 mil.
Além da Universal, a Televisão da Capital, chefiada também pelo bispo Edir Macedo, desembolsava R$ 8,9 mil mensais com a FW. Ao todo, a igreja e outras empresas ligadas ao bispo tornaram-se responsáveis por 36% da remuneração recebida pela empresa de Wajngarten, conforme listado no documento apresentado à comissão de ética.
Defesa de Wajngarten à Folha
O Congresso em Foco procurou e secretário Wajngarten e a Secom, mas o contato não foi respondido. À Folha, a defesa de Wajngarten informou que os serviços prestados pela empresa não foram majorados. Segundo o advogado, Fernando Fernandes, “eventuais variações de um ou outro contrato ocorreram em função de um maior acesso ao banco de dados, com ampliação de serviços, e quitação de inadimplência anterior”, informou ao jornal.
Ele afirmou também que o tema já foi já foi analisado pelo órgão da Presidência e encerrado com o arquivamento.
“Não há dados financeiros ou de contratos que sejam objeto do procedimento arquivado e dados, nomes e números questionados pela Folha não partem de documentos contábeis, contratos ou declarações da empresa”, rebateu.
Ele negou a existência de investigação sobre corrupção ou prevaricação na PF. O jornal esclarece que o MPF confirmou oficialmente as investigações de casos de corrupção, peculato e advocacia administrativa. Casos de prevaricação não estão entre as investigações citadas pelo jornal.
Com informações da Folha de São Paulo.
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