O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (25) que não houve corrupção na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo. Em compromisso oficial em Sorocaba (SP), onde inaugurou um centro de excelência em tecnologia, Bolsonaro afirmou que será aberto um inquérito contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que sustenta que alertou o presidente sobre irregularidades na compra da vacina.
“Vocês querem imputar em mim crime de corrupção em contrato que não foi gasto um centavo”, disse. “Se querem me julgar por corrupção, vão se dar mal. Sou incorruptível, além de imbroxável”.
Bolsonaro afirmou que vai ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre eventual rompimento do contrato com a empresa brasileira Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin.
“O próprio laboratório indiano fala que o preço tá na média dos outros três países que tinham contrato com eles. Vocês querem imputar a mim um crime de corrupção, [com algo em] que não foi gasto um centavo. Porque estamos há dois anos e meio sem corrupção, porque temos órgãos que funcionam, como, por exemplo, a CGU”, disse o presidente.
De acordo com o presidente, o documento apresentado por Luis Miranda sobre a vacina foi feito de forma equivocada. “No dia seguinte, pelo que fiquei sabendo, era um documento que tava feito de forma equivocada, faltava um zero lá, de 300 mil doses eram 3 milhões, foi corrigido no dia seguinte. Há quatro meses, eu falei com ele [Luis Miranda], no passado, foi lá e falou um montão de coisa, como recebo de uma infinidade de pessoas que eu não conheço, 99% eu não conheço. Tem algum recibo meu pra ele? Foi consumado o ato?”, questionou.
Luis Miranda e o irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, vão falar à CPI da Covid sobre o assunto em depoimento marcado para o início desta tarde. Bolsonaro, que sempre teve Miranda como aliado, agora ataca o deputado. “Olha a vida pregressa desse deputado. É lógico que vai abrir inquérito”, disse o presidente ao defender a investigação do ex-aliado.
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