Dilceu Sperafico *
No mercado globalizado o domínio da tecnologia e o acesso à informação de qualidade são fundamentais ao desenvolvimento econômico e humano.
Na verdade, são essenciais às empresas, profissionais, instituições, poder público, cidades, regiões e até países.
A internet é hoje ferramenta fundamental às atividades produtivas, de todos os segmentos econômicos e sociais, do comércio à prestação de serviços aos cidadãos.
Para o agronegócio, por exemplo, a rede mundial de computadores se tornou tão importante quanto para a comunicação entre os jovens do século 21.
No Brasil, felizmente, o acesso à internet vem sendo democratizado, inclusive com serviço gratuito em logradouros e prédios públicos, além de lojas e restaurantes, mas em compensação, sua qualidade é lamentável.
Aliás, muito semelhante à telefonia móvel, como demonstram as constantes reclamações da população.
Conforme especialistas, o Brasil tem hoje uma das redes de internet mais lentas do planeta, originando cada vez maiores queixas, pois é crescente o número de usuários.
Ao comemorar 20 anos de internet, em maio último, os brasileiros com acesso à rede já somavam 160 milhões de pessoas, com tendência de continuar crescendo.
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O problema está na falta de investimentos na ampliação da velocidade da conexão, o que agrava a ineficiência do serviço com a adesão de novos usuários.
Segundo os especialistas, a internet brasileira possui atualmente a velocidade média de três megabits por segundo (Mbps), entre as redes mais lentas do mundo, pois na Coréia do Sul ela é de 22, seis vezes mais rápida do que as conexões nacionais.
Tentando explicar os problemas aos leigos, técnicos afirmam que os caminhos virtuais brasileiros estão apenas repetindo o que vem ocorrendo nos últimos anos nas rodovias do País, com o constante aumento da frota de veículos e do tráfego.
A diferença é que em vez de automóveis, caminhões, caminhonetes, ônibus e motocicletas nas estradas, na internet a dificuldade está na quantidade de dispositivos móveis adquiridos e utilizados pelos usuários.
Somente em 2014 foram vendidos 54,5 milhões de smartphones, sem o necessário investimento na melhoria da rede, resultando em “engarrafamento virtual”. Com isso, o Brasil vem perdendo posições no ranking mundial da velocidade média da internet, ficando em 89º lugar em 2014, seis posições abaixo de 2013.
A velocidade média brasileira no período evoluiu apenas 11% , mais lenta que da Argentina, Uruguai e Chile e a longa distância dos Estados Unidos e Japão.
Segundo especialistas, são diversos fatores que dificultam a melhoria do serviço no País, entre os quais a extensão da área de cobertura.
O plano de massificação do acesso à internet em banda larga, por via fixa ou móvel, criado pelo governo federal em 2010, tem possibilitado a expansão do serviço nos grandes centros e até mesmo em regiões do interior sem tecnologia avançada, mas sua melhoria está esbarrando na crise econômica e na valorização do dólar.
Para tentar reverter a situação, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), promete cobrar investimentos das empresas para o cumprimento de metas de qualidade da internet, sob pena de aplicação de multas.
Para atender a norma, as operadoras devem oferecer acesso às redes de voz e dados com disponibilidade de conexão acima de 85%, pois o serviço ineficiente afeta usuários e negócios.
Mesmo assim, a meta governamental é oferecer banda larga a 95% da população até 2018.
* É deputado federal pelo Paraná. E-mail: dep.dilceusperafico@camara.leg.br.
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