Passados mais de um mês desde a apresentação e mais de três semanas desde a aprovação na Câmara dos Deputados, o requerimento enviado ao Ministério de Minas e Energia com questionamentos sobre os constantes aumentos no preço dos combustíveis e quais medidas são adotadas para conter estas altas permanece sem resposta.
O requerimento, apresentado pelo deputado Aliel Machado (PV-PR), conforme noticiado antes no Congresso em Foco, solicita três informações ao ministério. Duas delas são mais diretas: “Quais as ações adotadas pela pasta para, ao lado da queda do dólar, fortalecer a diminuição dos preços dos combustíveis? Quais medidas já foram adotadas e quais medidas ainda são objetos de estudos?”.
A terceira já lida com uma contradição na política de preços da Petrobras: o deputado pede esclarecimentos sobre por que, em um momento em que o barril de petróleo perdia valor ao redor do mundo graças à desvalorização do dólar, a estatal seguia aumentando o preço dos combustíveis, sendo seu preço atrelado ao preço internacional do barril.
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O requerimento foi aprovado pela mesa da Câmara no dia 18 de abril, e seu prazo expira na próxima quinta-feira. “Apesar de ainda estar dentro do prazo, a gente já sabe que é um descaso o que está acontecendo em decorrência da política econômica implementada”, declarou Aliel Machado, referenciado o Preço de Paridade Internacional (PPI), política adotada na Petrobras pelo governo Temer considerada um dos principais fatores para a alta nos combustíveis.
Na avaliação do deputado, os recentes e mais intensos acenos do governo por uma privatização da Petrobras não vão solucionar a situação. “É uma cortina de fumaça. (…) Já estamos reclamando do absurdo do lucro dos acionistas externos e agora querem entregar tudo de vez, criando uma desculpa para justificar esses aumentos abusivos e absurdos que a Petrobras está fazendo contra o povo brasileiro”, afirmou.
O aumento dos combustíveis é ponto de atrito inclusive dentro do próprio governo. Ainda em abril, o presidente Jair Bolsonaro exonerou o até então presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, por não tentar intervir na PPI. Mesmo na nova gestão, o novo chefe José Mauro Coelho segue sem dar indícios de que possa mudar esta política, e já é criticado pelo presidente da república, que no último domingo (8) chamou de “crime” o lucro dos acionistas com os reajustes.
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