O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou o envio da Força Nacional para o Ceará, “a fim de proteger a população cearense, em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará”. As tropas devem chegar ao estado nesta quinta-feira (20). De acordo com a portaria assinada pelo ministro, os policiais devem permanecer no estado por 30 dias.
“A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública”, informa a portaria. O envio ocorre após o senador Cid Gomes (PDT-CE) ser atingido por dois tiros de arma de fogo enquanto tentava entrar, com retroescavadeira, em um batalhão da Polícia Militar em Sobral.
> Cid apresenta boa evolução clínica, diz boletim médico
O envio das tropas foi articulado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com o ministro Moro. O presidente Jair Bolsonaro resistia a enviar as tropas, alegando que o governo federal não deveria entrar no caso. Em defesa de Cid, Davi procurou o ministro da Segurança Pública e o convenceu sobre a necessidade do apoio federal. O presidente, então, cedeu ao apelo.
Policiais militares cearenses estão em motim, reivindicando aumento salarial. Em projeto em tramitação na Assembleia Legislativa, o governador Camilo Santana (PT), propõe aumento do salário de um soldado militar de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em reajuste progressivo até 2022.
O ministro da Justiça já havia enviado forças para o Ceará em 2019, em meio a uma onda de ataques promovidos por facções criminosos.
De acordo com boletim divulgado às 19h40 pelo Hospital do Coração, onde Cid recebeu os primeiros cuidados, ele está apresentando uma “boa evolução clínica”, se encontra lúcido e está respirando sem o auxílio de aparelhos.
Inicialmente a informação divulgada foi de que o senador teria sido baleado por uma bala de borracha ao tentar dissipar o movimento de greve dos policiais do estado. Às 18h11, entretanto, a assessoria do senador confirmou que ele foi atingido por balas de fogo. O ex-governador Ciro Gomes, irmão de Cid, disse que ele não corre risco de morte.
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