Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, demonstrou nesta terça-feira (16) que um corticosteroide, a dexametasona, é o primeiro medicamento que reduz de forma comprovada e significativa a mortalidade de pacientes com covid-19 em estado grave.
O ensaio clínico foi realizado com 6 mil pacientes e ainda não foi publicado em uma revista científica. No entanto, de acordo com os resultados preliminares divulgados pelo The New York Times, o esteróide, dexametasona, reduziu as mortes em um terço nos pacientes que receberam ventilação e em um quinto nos pacientes que receberam apenas tratamento com oxigênio. Os cientistas afirmam não terem encontrado benefício com o medicamento em pacientes que não precisavam de suporte respiratório.
Matt Hancock, secretário de saúde do Reino Unido, afirmou que os médicos do Serviço Nacional de Saúde começarão a tratar pacientes com a droga nesta terça-feira. “A dexametasona é a primeira droga a demonstrar possibilidade de sobrevida em pacientes com covid-19”, disse Peter Horby, professor de doenças infecciosas emergentes da Universidade de Oxford e um dos principais pesquisadores do estudo, em comunicado. “O benefício de sobrevivência é claro e grande naqueles pacientes que estão doentes o suficiente para exigir tratamento com oxigênio”. Horby disse ainda que a dexametasona deve se tornar o “padrão de atendimento nesses pacientes”, observando que o medicamento é barato.
Leia também
O Hospital Sírio-Libanês, que coordena a Coalizão Covid Brasil, afirmou que o país já estuda o medicamento para tratar pacientes graves com a doença desde abril. Por meio de nota, o hospital afirmou que “já recrutou pouco mais de dois terços dos 350 pacientes previstos no estudo. São contemplados pacientes que têm síndrome do desconforto respiratório agudo e estão em ventilação mecânica nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de 40 hospitais em todas as regiões do país. Os primeiros resultados devem sair em agosto”.
A médica infectologista e assessora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Eliana Bicudo, analisa que o estudo foi importante para estabelecer uma conduta uniforme e dar mais segurança nos procedimentos médicos diante da doença. “Esse estudo veio para colaborar e mostrar para gente que podemos usar e não vai ter malefícios porque enquanto você não faz estudos desses em uma doença tão nova e severa você não consegue ter certeza que aquilo que está fazendo está correto”, comenta a médica que também ressalta que o estudo ainda pode passar por revisões futuras.
> Insistência de Bolsonaro com cloroquina relembra episódio da pílula do câncer
PublicidadeUm informe assinado pela SBI e a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgado hoje mostra que a conclusão prática do estudo internacional é que pacientes em estado grave da doença, que precisam da ventilação mecânica ou de oxigênio fora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devem ser tratados com o dexametasona por 10 dias. A médica observa que o medicamento já era utilizado por um período menor e que esse novo período de medicação deve ser monitorado. “A gente tem usado muito menos, de cinco a sete dias. Vamos usar por dez dias e vamos ver como os nossos pacientes vão ficar. Então os estudos daqui para a frente de vida real vão ajudar muito.”
A infectologista também alerta que o uso da dexametasona deve ser feito com acompanhamento, principalmente em pacientes diabéticos, já que o corticoide pode provocar o aumento da glicose. “Corticoide tem efeitos colaterais, como aumentar a glicose, então em pacientes diabéticos você sabe que vai ter que monitorar melhor a glicose desse paciente. Ele também dá quadros de euforia e pode dar manchas vermelhas pelo corpo”, adverte a especialista.
A médica explica que a ação da cloroquina, que é um antiviral, é diferente do dexametasona, que é um corticoide com função anti-inflamatória. “A proposta da cloroquina era de inibir a multiplicação do vírus porque se o vírus não multiplicar, com certeza, vai diminuir sua agressão. A função do corticoide é só diminuir a reação inflamatória que o vírus causa ao se multiplicar. Por isso que a gente usava no paciente grave porque o pulmão do paciente, que precisa da ventilação mecânica, é muito inflamado e o corticoide desinflama rapidamente”, esclarece a infectologista.
Assim como ocorreu com a cloroquina, as buscas pelo novo medicamento no Google dispararam durante toda esta terça-feira (16). A indicação das autoridades médicas é que a população não busque pela droga nas farmácias, uma vez que a administração do remédio é para pacientes em estado grave.
> As últimas notícias da pandemia de covid-19
Veja a íntegra do documento publicado pela SBI
Gostaria de avisar que o que combate o Covid19 é o seu sistema imunológico. As medicações combatem as consequências, principalmente as bactérias que aparecem associadas. E o distanciamento social é para o estado poder ter tempo de tratar todo mundo que desenvolver os sintomas da doença. Isolamento não impede ninguém de pegar. Só se for isolamento em ilha deserta.
Se alguma coisa começada por English, British ou American falou que é verdade é porque é. Não temos porque duvidar do que dizem os gringos.
A dexametasona pode sim ser uma boa alternativa para quem está já em estágio avançado. Assim como a CLOROQUINA é uma excelente opção para quem está no estágio inicial da doença. E funciona muito bem.