O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), questionou o governo federal a respeito da falta de médicos em terras indígenas durante a pandemia de covid-19. A ação veio após ele receber denúncias de trabalhadores da Saúde que atuam em áreas indígenas, de que o governo de Jair Bolsonaro não tem enviado médicos para essas regiões, ao contrário do que tem sido anunciado no programa “O Brasil Conta Comigo”.
O programa visa à convocação de estudantes da área da saúde para atuarem “em unidades de Atenção Primária à Saúde, unidades de Pronto Atendimento, estabelecimentos da rede hospitalar, estabelecimentos de saúde voltados ao atendimento dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), das comunidades remanescentes de quilombos e das comunidades ribeirinhas”, segundo informações do governo federal.
Porém, o deputado diz ter recebido informações que contradizem essa afirmação. “Chegou ao meu conhecimento de que o programa “O Brasil Conta Comigo” teria ignorado a saúde indígena e não enviado médicos para essas áreas, o que é muito grave”, diz o deputado que assina um requerimento de informação enviado ao Ministério da Saúde.
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No documento, Padilha faz duas perguntas: “Quantos médicos foram enviados para áreas indígenas pelo programa Brasil Conte Comigo?” e “Quantos profissionais de saúde contabilizada o programa antes de ser declarada a pandemia da Covid-19 e quantos existem hoje”.
No mesmo sentido, o Psol tem pedido, desde março, informações e cobrado ações do governo federal para a defesa dos povos indígenas neste momento. Para os deputados, existe uma falta de celeridade na implantação e o descumprimento dos Planos de Contingência (PCs) para o combate à covid-19 nos DSEIs, cuja jurisdição abrange os territórios habitados por Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Piirc).
A pandemia de covid-19 já chegou para 71 povos indígenas. No total, 1.350 indígenas foram contaminados no Brasil e 147 morreram. Os dados são da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), do último dia 27.
PublicidadeOs números divergem dos oficiais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), pois o órgão não contabiliza como indígenas aqueles que vivem na cidade. Nos dados da Sesai, 1.620 estão com covid-19 e 60 já morreram.
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