Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (6) mostra que o brasileiro quer manter o isolamento social para enfrentar o coronavírus. Segundo o levantamento, 76% dos entrevistados pelo instituto entre 1º e 3 de abril disseram apoiar a recomendação dos governos locais para ficar em casa. Foram ouvidas 1.511 pessoas excepcionalmente por telefone, em razão da pandemia. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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O posicionamento majoritário vai na contramão do que defende o presidente Jair Bolsonaro, para quem somente idosos e pessoas com doenças preexistentes deveriam ficar isoladas. Apenas 18% das pessoas ouvidas seguiram a linha do presidente e afirmaram que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia.
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O apoio à ideia de que as pessoas fiquem em casa é maior no Nordeste, onde Bolsonaro historicamente tem menor popularidade: são 81% os favoráveis na região, governada em sua maioria por políticos de esquerda. Já no Sul, reduto eleitoral do presidente, 70% defendem que as pessoas não saiam de casa para trabalhar, menor índice entre as regiões do país.
Dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial, enquanto 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas. Bolsonaro tem defendido que o comércio volte à normalidade para preservar empregos. “O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, disse o presidente em pronunciamento na TV no dia 24 de março. Atualmente apenas estabelecimentos como mercados e farmácias, considerados essenciais, têm autorização para funcionar.
Apoiam o fechamento do comércio 67% das pessoas com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, e 62% dos entrevistados no segmento que ganha de dois a cinco salários mínimos.
PublicidadePara 71% dos entrevistados, o governo deveria proibir por algum tempo que todas as pessoas que não trabalhem em serviços essenciais saiam às ruas, para diminuir o contágio. Por outro lado, 26% declaram-se contrários à medida. Alguns governadores admitem que poderão adotar esse modelo conforme o agravamento da crise.
Os entrevistados acreditam que as medidas de isolamento vão durar mais 29 dias. Mas o ideal, segundo grande parte deles, é que a situação atual se mantenha por um período até um pouco maior, de 32 dias em média.
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