Legitimar a ilicitude na política corresponde a não receber as contrapartidas dos impostos que cada um paga. Não é absurdo afirmar que cada vez que um político, eleito pelo voto, desvia recursos públicos, uma série de benefícios que a população teria é substituída pelos benefícios particulares em prol desse pseudo homem público.
Levando-se em consideração que é impossível um político nada fazer quando exerce um cargo público, o fato de ele roubar elimina um série de possibilidades de ações que beneficiariam milhares de pessoas. A expressão “rouba, mas faz” significa o mesmo que dizer que todo político deve fazer menos do que sua obrigação incumbe. E esse fazer menos implica prejuízo ao imposto que todos são obrigados a pagar indiscriminadamente.
Dessa forma, o cidadão que elege políticos corruptos pelo voto direto com a promessa de que “pelo menos esses corruptos fazem alguma coisa” é enganar a si próprio e a toda população. Mais ainda. É legitimar uma prática condenável em qualquer lugar do mundo e que não pode ser aceita num país com democracia consolidada e que atualmente é uma voz muita mais respeitada globalmente do que há dez anos.
Acreditar no Brasil é acreditar que aqui há políticos honestos que têm cuidado com cada centavo do bem público porque sabe, na prática, que todos os recursos são fruto do suor de milhares de brasileiros. Fazer, todo político faz, mas roubar, só o faz aquele que não tem compromisso com o povo brasileiro.
Rouba mas faz, nunca mais. Esse deve ser o lema que todo brasileiro deve levar consigo na hora de digitar os números do seu candidato nas próximas eleições. Porque, para quem acredita no Brasil, qualquer roubo significa prejuízo a toda população. Porque, enquanto o povo trabalha duro, um político não pode usufruir desse esforço coletivo em causa própria. E também porque roubar é feio pra caramba, ou não é?
*É jornalista e criador do site http://roubamasfaznuncamais.blogspot.com.
Deixe um comentário