Os senadores e deputados envolvidos nos escândalos revelados nos últimos meses contam com larga maioria no Congresso. A correlação de forças permite aos responsáveis pelas irregularidades acreditarem que, no julgamento dos parlamentares, chegarão impunes ao fim do mandato.
Na CPI dos anões do orçamento, no início da década de 1990, os congressistas ouviram a opinião pública e expurgaram alguns colegas. Na época, diziam que “cortavam a própria carne” para recuperar a imagem do Legislativo.
Os atuais parlamentares resolveram se lixar para a opinião pública. O arquivamento das denúncias contra o deputado Edmar Moreira (MG) e a eleição do peemedebista Paulo Duque (RJ) para o conselho de ética do Senado demonstram o acerto da estratégia, pelo menos até agora.
Num cenário assim, de hegemonia, ninguém pensa em cortar a própria carne.
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