“Sou filho de ‘Seu’ ZUZA e
De Dona Munda, UMA GUERREIRA
Pai do Gabriel e do Matheus
Que só me dão alegria a vida inteira
Sou amigo dos amigos
Mas não gosto de gente traiçoeira
Já fui traído por alguns
Mas isso agora é besteira
nunca guardo rancor de ninguém
Porque isso é coisa de gente sem beira”
Dedico este artigo aqueles que são papais. A homenagem é direcionada, em especial, aos pais que estão na em cargos públicos ou na luta por uma vaga no serviço público, mas, é claro, estendo meus cumprimentos a todos os homens que experimentam a suprema alegria da paternidade. A eles, envio o meu abraço fraterno, já que também eu faço parte desse grupo, como pai de dois filhos, GABRIEL e MATHEUS, que já entram na fase adulta.
Quero também homenagear o meu próprio pai, que não apenas me deu a vida, mas também me educou, me ensinando virtudes básicas, como caráter, dignidade e cidadania. Tenho muito a agradecer a ele, cuja garra permitiu, a mim e à nossa família, sair da extrema pobreza do interior rio-grandense do Nordeste, para construir uma nova existência em Brasília. Seu Zuza era um homem simples, trabalhador da construção civil. Mas ele soube ser o melhor pai que poderíamos ter. Infelizmente nos deixou cedo, mas nunca será esquecido.
No Dia dos Pais, comemorado no Brasil no segundo domingo de agosto, envio minha mensagem de otimismo, em particular, aos pais que anseiam por um futuro melhor e, para isso, se empenham nos estudos. Para esses guerreiros, alguns dias são mais difíceis do que outros, mas eles se mantêm na luta, superando os obstáculos à custa de muita força de vontade e incansável desejo de vencer. A obstinação é comum tanto entre aqueles que disputam vagas menos concorridas quanto entre os candidatos aos mais altos cargos na hierarquia do serviço público, como os de consultor jurídico, de procurador e de juiz de Direito.
Ser um bom pai e, ao mesmo tempo, um agente público de sucesso consome todas as energias do corpo e da mente de um homem. Ainda assim, é possível obter êxito nesse duplo desafio, como provam os milhares de alunos que já passaram pelos pela porta do mundo que tem o Governo como patrão.
A homenagem aos pais no segundo domingo de agosto é uma tradição brasileira, mas não universal. Nos Estados Unidos, por exemplo, a data é comemorada no terceiro domingo de junho. Já Portugal segue a tradição da Igreja católica, que todo 19 de março celebra São José, marido de Santa Maria, mãe de Jesus Cristo. Sobre a origem do Dia dos Pais, estudiosos evocam uma história que teria ocorrido na Babilônia. Há mais de 4 mil anos, um jovem chamado Elmesu teria moldado em argila o primeiro “cartão” para desejar sorte, saúde e longa vida ao pai.
Como costumo fazer ao redigir meus artigos de homenagem, procurei um texto que fosse significativo sobre o tema escolhido. Entre tantos que exaltam a importância da figura paterna em nossa vida, selecionei o que se segue, de título “Meu Velho”. O autor é desconhecido.
“Meu amado filho,
No dia em que este velho não for mais o mesmo, tem paciência e compreende-me.
Quando derramar comida sobre a minha camisa e me esquecer de como apertar os sapatos, tem paciência comigo e lembra-te das horas que passei ensinando-te a fazer as mesmas coisas.
Se, quando conversares comigo, eu repetir as mesmas histórias, que sabes de sobra como terminam, não me interrompas e escuta-me.
Quando eras pequeno, tive que te contar milhares de vezes a mesma história para te fazer adormecer.
Quando estivermos juntos e, sem querer, fizer as minhas necessidades, não fiques com vergonha. Compreende que não tenho culpa disso, pois já não as posso controlar. Pensa quantas vezes, pacientemente, mudei as tuas roupas para que estivesses sempre limpo e bem cheiroso.
Não me reproves se eu não quiser tomar banho.
Sê paciente comigo, e lembra-te das vezes que te persegui e dos mil pretextos que inventei para te convencer a tomares banho.
Quando me vires inútil e ignorante perante as novas tecnologias, que já não poderei entender, suplico-te que me dês o tempo necessário, e que não me agridas com um sorriso sarcástico.
Lembra-te de que fui eu quem te ensinou tantas coisas. Comer, vestir e enfrentar a vida tão bem como hoje o fazes. Isso é resultado do meu esforço, da minha perseverança.
Se, em algum momento, quando conversarmos, eu me esquecer do que estávamos a falar, tem paciência e ajuda-me a lembrar. Talvez a única coisa importante para mim, nesse momento, seja o fato de te ver perto de mim, dando-me atenção, e não o que falávamos.
Se alguma vez eu não quiser comer, insiste com carinho. Assim como fiz contigo. Compreende, também, que, com o tempo, não terei dentes fortes nem agilidade para engolir.
E, quando as minhas pernas falharem, por estarem cansadas, e eu já não conseguir mais equilibrar-me, com ternura, dá-me tua mão para me apoiar, como eu fiz quando tu começaste a caminhar com as tuas perninhas tão frágeis.
Se me ouvires dizer que não quero mais viver, não te aborreças comigo. Algum dia entenderás que isto não tem a ver com teu carinho nem com o quanto te amo.
Compreende que é difícil ver a vida abandonando, aos poucos, o meu corpo; e que é duro admitir que já não tenho mais o vigor que tinha para correr a teu lado ou para tomar-te nos meus braços, como dantes.
Sempre quis o melhor para ti e sempre me esforcei para que o teu mundo fosse mais confortável, mais belo e mais florido.
Quando me for, construirei, para ti, outra rota em outro tempo, mas estarei sempre contigo e zelando por ti.
Não te sintas triste ou impotente por me veres de abalada.
Não me olhes com dó.
Dá-me apenas o teu coração, compreende-me e apoia-me, como fiz quando começaste a viver. Isso me dará forças e muita coragem.
Da mesma maneira que te acompanhei no início da tua jornada, peço-te que me acompanhes para terminar a minha.
Trata-me com amor e paciência, e eu te devolverei sorrisos e gratidão, com o imenso amor que sempre tive por ti.
Atenciosamente,
Teu Velho.”
Vale a pena refletir sobre o que acabam de ler. A mensagem vai ajudá-los a compreender melhor o pai de vocês.
“Pai ZUZA você diz que me criou para o mundo.
Mas meu mundo é você.”
Deixe um comentário