Expedito Filho, de Nova York |
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O presidente americano George W. Bush tomou posse ontem (20) e terá pela frente mais quatro anos de governo. A estratégia já é conhecida: levar o projeto americano de democracia aos países ainda governados por tiranos ou por regimes hostis aos interesses americanos. A tese é de que quanto menos democrático é um país, maior o risco de hostilidade. Essa é a idéia central da política externa nos próximos quatro anos de Bush. Tentativas de golpe com apoio da Casa Branca rondaram os governos tiranos. A Coréia do Norte será a bola da vez. O Pentágono acredita que chegou a hora de derrubar o regime do ditador Kim Jong II e promover a reunificação da Coréia do Sul com a do Norte. No Oriente Médio, depois do desastre que foi a ocupação do Iraque, o governo Bush resolveu aumentar a pressão sobre o Irã. O Pentágono já teria até estabelecido um plano de invasão militar, segundo divulgou a revista New Yorker. A idéia aqui é impedir que os iranianos produzam a primeira bomba atômica do mundo islâmico. Nos próximos quarto anos, o governo Bush segue na política de conectar o mundo mulçumano ao mundo globalizado antes que o terror o desconecte. A verdade é que o petróleo, produzido pela região, continua sendo fundamental para o mundo globalizado. Para o Brasil, a boa notícia do segundo mandato de Bush é que o governo americano vai procurar ouvir as nossas queixas no sentido de acabar com subsídios na agricultura. A Alca (Área de Livre Comércio das Américas), no entanto, fica para ser assinada muito depois do governo Bush. Talvez apenas em 2015. Além disso, a Casa Branca vai exigir dos brasileiros ações de controle ao financiamento do terrorismo islâmico na área da tríplice fronteira. Ainda no horizonte externo, Bush do segundo mandato vai tentar ser menos unilateralista. Está agora com uma conversa de que vai ouvir os europeus e que os Estados Unidos irão adotar uma política externa aberta para romper com o atual isolacionismo americano. Resta esperar. Do ponto de vista doméstico, seu maior desafio é a reforma da Previdência. Ele terá que privatizá-la a um custo financeiro altíssimo, aumentando ainda mais o déficit americano. O custo político poderá ser ainda maior, o que torna o sucesso de Bush nos próximos quatro anos uma incógnita. |
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