Trago uma interessante movimentação que acontece neste exato momento na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo (entre a capital e Campinas). Trata-se de um concurso municipal buscando as melhores ideias e propostas para construir uma cidade dos sonhos. O concurso vem da sociedade é promovido por organizações sociais e chama-se Cidadonos.
Bom, mas quais as inovações deste processo aparentemente tão simples? A resposta parece estar exatamente no que caracteriza o novo movimento de webcidadania que cresce nos últimos anos aqui e no mundo, ou seja, processos de transformação reais sendo catalizados pela tecnologia.
Nesta cidade do interior paulista, desde abril, centenas de cidadãos estão usando as redes sociais para construir campanhas de webcidadania e mobilizações que resgatem sua capacidade de influenciar políticas públicas. Misturando swarmings em flashmobs, twittaços e manifestações espontâneas com campanhas descentralizadas em busca de adesões e construção pública de relevância, o ciberativismo invadiu escolas e passa a integrar o dia a dia dos atores políticos locais.
Veja o vídeo do Cidadonos:
Em pouco mais de dois meses, já são 2.169 jundiaienses participando do concurso através do portal de inovação aberta para questões públicas Cidade Democrática. São quase 900 ideias apresentadas para melhorar a cidade e 15 mil atividades entre apoios, perguntas, respostas e comentários formando uma grande rede em busca de transformações sociais.
Serão mais dois meses de mobilizações e, no dia 16 de Agosto, haverá a premiação das 12 questões mais relevantes. Elas farão parte de uma Agenda Cidadã que, no segundo semestre, será apresentada a todos os agentes políticos com alguma capacidade de realização (governo, terceiro setor e iniciativa privada) para a construção de metas de implementação. Políticas públicas, ações de ONGs e projetos de responsabilidade social serão construídos a partir dessa inteligência coletiva e olhando para as ideias mais relevantes.
Em dezembro, no Fórum da Cidade, cada ator publicará suas metas para 2012, em um ciclo de dois anos que desenha um novo tipo de orçamento participativo, desta vez partindo da sociedade não do governo e investindo na intersetorialidade como forma de resolver os problemas e construir transformações da realidade social.
Deixe um comentário