Embate fluminense
A montanha de documentos entregue ontem (17) à CPI do Cachoeira é só a ponta do iceberg que o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) pretende empurrar em direção ao seu principal adversário político, o governador Sérgio Cabral. “O melhor vem por aí. O Perillo e o Agnelo são dentes de leite perto da dupla adulta Cabral/Cavendish (Fernando Cavendish, dono da Delta)”, disse o deputado. Ontem ele despejou na CPI um carrinho de documentos que, segundo afirma, mostram irregularidades em contratos de R$ 2 bilhões entre a Delta, o governo e Prefeitura do Rio.
Falta alguém na Papuda
Garotinho diz que diante de obras fantasmas, fraudes e superfaturamento não há mais razão para Cabral não ser convocado e nem para Cavendish continuar solto. “O que me intriga é só o Cachoeira estar na prisão. Cavendish também deveria estar lá”, alfineta.
Arena
A CPI do Cachoeira pode não chegar a lugar algum em termos de investigação, mas já se transformou no primeiro palco das eleições municipais deste ano.
Escolha
Vida dura para Bebetto Haddad, secretário de Esportes do governo de Gilberto Kassab. O prefeito quer que ele participe da campanha do tucano José Serra. Se participar, será expulso de seu partido que tem candidato próprio, Gabriel Chalita.
Desaparecidos gaúchos
O coordenador da Comissão da Verdade, Gilson Dipp ouviu ontem de familiares de desaparecidos gaúchos emocionados apelos pela localização dos corpos. Na Guerrilha do Araguaia, são quatro militantes do PC do B: o médico João Carlos Haas Sobrinho, o economista Paulo Mendes Rodrigues, o mecânico de aviões José Huberto Bronca e o estudante de economia Cilon da Cunha Brum.
Trabalho remunerado
Com o papel de apurar, reconstituir e apontar possíveis locais onde foram enterrados os corpos dos ativistas, a comissão está organizando comitês e comissões no país inteiro. Seus sete integrantes têm liberdade, status de ministro e boa remuneração: R$ 11.179,36 líquidos por mês.
Descaso
Tá difícil a campanha de Fernando Haddad encontrar um ambiente favorável no chamado curral da Zona Sul da capital. Falta apoio local de petistas.
De fininho
Eurides Mescolotto, ex-líder sindical, ex-marido da ministra Ideli Salvatti e presidente da Eletrosul, viajou para o exterior no exato dia em que os funcionários da estatal decretaram greve por tempo indeterminado. É a primeira greve geral em 22 anos.
Ribalta e saia justa
Os candidatos à prefeitura de São Paulo sabem do poderio das igrejas evangélicas nas urnas, mas terão que se esquivar de algumas figuras emblemáticas. Quem se aproximar de Edir Macedo, da Igreja Universal, por exemplo, terá que explicar que o bispo não aprova casamentos interraciais e de homens com mulheres mais velhas.
Assédio verde
Marina Silva, que concorreu à Presidência da República pelo PV, convidou o senador Pedro Simon (PMDB-RS) para criar um novo partido político. O parlamentar apenas ouviu, porque está em jogo a carreira política do filho Tiago, que em 2014 concorre a uma vaga de deputado estadual pelo PMDB gaúcho.
Mal necessário
Simon encerra sua trajetória no Senado com o fim do mandato, em fevereiro de 2015. Peemedebista histórico, diverge radicalmente dos correligionários governistas, mas sabe que a capilaridade do partido é imprescindível.
Colateral
A coordenação de campanha de Serra teme que o envolvimento de tucanos paulistas na defesa do governador Marconi Perillo, de Goiás, respingue em São Paulo.
Mãe solteira
De Soninha Francine, candidata a prefeita de São Paulo: roubaram ou perdi meu cartão de crédito na Casas Bahia.
Efeitos da crise
A crise financeira chegou à Rede Sarah, referência nacional em reabilitação. A partir do mês que vem, o Sarah não aceitará mais internação. Já nem fornece gratuitamente medicamentos. O dinheiro saía da União, que está fechando a torneira.
Dilma lá
Especialistas em eleições acompanham com especial atenção os movimentos da presidente Dilma Rousseff no calendário eleitoral deste ano. Seu desempenho vai definir o tabuleiro de 2014. É o batismo da presidente como cabo eleitoral.
Medida inócua
O fim da isenção do IPI para sucos concentrados, que esta em vigor há 42 anos, não garante a arrecadação de R$ 400 milhões previstos pelo governo. As indústrias de refrigerantes ameaçam trocar o concentrado por aromatizante.
Com Gilmar Correa e Marcos Seabra
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